Estoquista disse que sentiu desespero quando percebeu que foi baleado. Tiroteio em baile funk deixou sete feridos e causou tumulto na capital.
"Senti agonia", diz sobrevivente de tiroteio em baile funk de Cuiabá
Sobrevivente do tiroteio em um baile funk realizado em Cuiabá no início desta semana, o auxiliar de estoque em uma concessionária da capital, que preferiu não ser identificado, afirmou ao G1 que sentiu desespero quando percebeu que havia sido baleado na festa. “[O tiroteio] foi muito rápido. Na hora senti uma fisgada na perna. Quando olhei percebi que estava baleado. Me deu agonia ver que estava sangrando muito”, disse o rapaz.
Ele e mais quatro pessoas foram baleadas no baile funk. Outras duas foram pisoteadas quando tentavam deixar o local do evento que, no momento do tumulto, ficou tomado por um pânico generalizado. O estoquista revelou ao G1 que, apesar da correria de pelo menos 2,5 mil pessoas que estavam no local, conseguiu ser amparado e levado para uma ambulância, onde recebeu o primeiro atendimento.
Após o susto, o rapaz se recupera do ferimento provocado pelo disparo em casa, ao lado da família. A bala, informou o sobrevivente, transpassou o músculo de uma das pernas dele e causou uma grande lesão. “Na hora, durante a adrenalina, não senti nada. Mas agora já sinto um pouco de dor”, disse. A vítima disse que sempre frequentou bailes funk em Cuiabá e que o episódio violento foi o primeiro presenciado por ele nesse tipo de festa.
O G1 obteve um vídeo que mostra o início do tiroteio. Nas imagens, minutos antes dos tiros serem disparados, dançarinas se exibem no palco ao som das batidas do funk. Logo em seguida, é possível ouvir, primeiramente, dois disparos de arma de fogo, que interrompem o show de forma abrupta. Dançarinas, músicos e uma multidão que estavam no local passam a correr de um lado a outro em busca de socorro. As luzes se apagam e a gritaria das pessoas toma conta do local.
Prisão
Até o momento, apenas um jovem de 18 anos foi preso e indiciado por ferir as sete pessoas no baile funk. Em depoimento à polícia, o suspeito afirmou que estava armado e que a intenção dele era matar outro rapaz que estaria na festa. Ele disparou a esmo e os disparos acabaram ferindo várias pessoas e provocando o tumulto no baile.
Ele foi autuado em flagrante por tentativa de homicídio duplamente qualificada e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Com o jovem, a polícia apreendeu um revólver calibre 38. Além dele, outros três homens que estavam na festa foram detidos, sendo que dois deles são policiais militares do Batalhão de Trânsito da capital que estavam à paisana na festa. O quarto detido é um segurança. No entanto, eles foram liberados após prestar depoimento à polícia.
O caso segue investigado pelo delegado Antônio Esperândio. Para concluir o inquérito em 10 dias, ele requisitou mais depoimentos de testemunhas, o exame de corpo de delito nos feridos e a perícia nas quatro armas apreendidas no local do baile. Um exame residuográfico [utilizado para detectar fragmentos de pólvora] também vai comprovar se o jovem de 18 anos, os dois policiais militares e mais o segurança efetuaram disparos no local.
Comentários