Jovem de 15 anos teria apanhado em uma sala, em Aparecida de Goiânia. Dois funcionários foram presos por apagar imagens que teriam flagrado crime.
GO: segurança é suspeito de espancar menor
Olho do jovem no dia sa suposta agressão e 12
dias depois do fato (Foto: Adriano Zago / G1)
O segurança de um supermercado de Aparecida de Goiânia é suspeito de ter espancado um jovem de 15 anos no último dia 30 de março. De acordo com a polícia, a agressão aconteceu em uma sala próxima à gerência do estabelecimento e o motivo teria sido uma discussão por causa de um pacote de copos descartáveis. Outros dois seguranças estão presos temporariamente suspeitos de apagar imagens do circuito de segurança que teriam flagrado o espancamento.
O suspeito ainda não foi identificado. Segundo Marcela Orçai, delegada que investiga o caso, o adolescente havia lanchado em um shopping e ido ao supermercado, que fica dentro do centro de compras, para comprar um refrigerante. Lá, os jovens disseram que viram um pacote já aberto e pegaram quatro copos para tomar a bebida.
No entanto, um dos seguranças do local alegou que os jovens teriam aberto o pacote e, portanto, deveriam pagar pelo produto. "Houve uma discussão no caixa, mas os garotos pagaram. Mas depois, num ato de protesto, jogaram os copos fora, nos pés do segurança", disse Marcela ao G1.
Nesse momento, embora tentassem resistir, os quatro jovens foram levados por três seguranças para uma sala escura. Durante cerca de 40 minutos, um dele teria sido agredido, principalmente com golpes na região da cabeça, enquanto os outros assistiam ao amigo apanhar.
Quatro dias após o fato, a mãe do garoto resolveu denunciar o caso a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Na investigação, a polícia requisitou imagens do circuito interno de segurança. Algumas testemunhas declararam que as imagens haviam sido apagadas.
Por meio de um mandado, o aparelho de filmagem do supermercado foi apreendido. Segundo a delegada, o vídeo que comprovaria a agressão foi mesmo apagado, mas a perícia ainda tenta recuperá-lo. Por estarem dificultando as investigações, dois seguranças do supermercado responsáveis pela câmeras de monitoramento foram presos temporariamente.
Arma
A empresária Simone Vieira Rezende Uchoa, mãe do garoto, disse que, segundo o filho, o agressor estava armado e ameaçou matar o menino e a sua família, caso ele contasse o que aconteceu. "No final do espancamento, ele [agressor] colocou os três meninos para fora da sala e disse que mataria ele e a família caso contasse a verdade", relatou ao G1. A mãe afirma ainda que o filho foi obrigado a dizer o nome completo e o endereço de onde morava para o segurança.
Ela explicou porque denunciou o caso somente quatro dias após o acontecido. "Quando meu filho chegou em casa e vi a situação dele, tentei ligar para a polícia, mas ele me pediu de joelhos que não fizesse isso. As explicações para os machucados dele não faziam sentido e só depois ele me contou a verdade", lembra.
Aparelho de monitoramentos por câmeras usado
no supermercados é apreendido pela polícia
(Foto: Adriano Zago / G1)
Simone diz que ficou desesperada ao ver o filho naquela situação. "Não pude protegê-lo. Meu filho não morreu por sorte", afirma.
Outro caso
Esta não foi a primeira vez que o supermercado esteve envolvido em um caso como este. Em setembro de 2012, a funcionária pública Sheila Bispo Amaral, de 21 anos, alega que também foi agredida por uma funcionária do estabelecimento.
Ela conta que estava no supermercado com a mãe e com a filha para fazer compras. No caixa, ela tentou passar o cartão de débito três vezes, mas todas acusaram problema.
"Pedi para trocar de máquina e de caixa e uma funcionária mal-educada disse que meu cartão não passava lá", relatou ao G1.
Sheila disse então que queria falar com o gerente e ouviu a seguinte resposta: "Vai procurá-lo no meio dos infernos".
A funcionária pública diz que foi até uma sala onde supostamente o gerente estava. Lá, ela diz que uma funcionária foi para cima dela e a arranhou no braço. O segurança que estava na porta, conforme afirma, não apartou a briga e também não a deixou sair da sala.
"Saí com os braços levantados para mostrar que tinha sido agredida, pois dentro da sala não tinha câmeras e chamei a polícia", afirma.
O G1 tenta contato com o supermercado.
Comentários