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Nacional
Quarta - 17 de Abril de 2013 às 05:52

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A Justiça do Rio condenou o cabo Carlos Adilio Maciel Santos a 19 anos e seis meses de prisão por homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha, na noite desta terca-feira (16), em mais um julgamento do caso da morte da juíza Patricia Acioli, assassinada com 21 tiros na porta de casa em Niterói, na Região Metropolitana, em agosto de 2011. Carlos Adilio também foi condenado a que pagar 50 salários mínimos e a perder o cargo público. A defesa vai recorrer da decisão.

Com sentença, já são cinco policiais militares do 7º BPM (São Gonçalo) condenados por envolvimento no crime. Outros seis ainda aguardam julgamento. 

O juiz Peterson Barroso Simão, do 3º Tribunal do Júri de Niterói, na Região Metropolitana, leu a sentença decidida pelos jurados por volta das 21h40, após o término da fase de debates entre defesa e acusação, iniciada às 17h.

Réu alega inocência
No interrogatório, que terminou por volta das 16h40, o réu afirmou inocência em relação às duas acusações pelas quais foi condenado. Perguntado pelo promotor Leandro Navega se tinha conhecimento sobre o plano para matar a juíza, Carlos Adilio disse que nunca ouviu nada a respeito.

"Eu nego, não participei de forma nenhuma. A morte dela [Patricia Acioli] só me trouxe prejuízo. Depois que ela foi assassinada e me ligaram a esse grupo executor só tive problema. Tenho certeza de que serei inocentado", disse réu. Antes, o juiz havia ouvido as testemunhas de defesa e acusação.

Carlos Adilio e o policial Sammy Quintanilha tiveram a prisão decretada por Patrícia Acioli, em 16 de junho de 2011, pela morte do jovem Diego Beliene em um suposto auto de resistência durante incursão em comunidade de São Gonçalo. Por isso, ele estava preso quando a juíza foi morta.

O cabo foi acusado ainda na Auditoria de Justiça Militar por desvio de munições do 7º BPM (São Gonçalo). Ao todo, segundo o MP-RJ, ele responde a oito processos, sendo que em um deles já foi condenado, ainda cabendo recurso.

Réu começou a ser interrogado por volta das 15h30 (Foto: Priscilla Souza /  G1)

Réu começou a ser interrogado por volta das 15h30 (Foto: Priscilla Souza / G1)

Mulher do tenente-coronel Cláudio acompanha e grava depoimento do PM Carlos Adílio (Foto: Priscilla Souza /  G1)

Mulher do tenente-coronel Cláudio, acusado de ser
o mandante do crime, acompanha e grava
depoimento do PM Carlos Adílio (Foto:
Priscilla Souza / G1)

Parentes da juíza, como o ex-marido Wilson Chagas, a mãe Marli Acioli, a irmã Simone Acioli e o primo Humberto Nascimento, estiveram presentes no julgamento.

Antes do início da sessão, Simone disse que esperava que Carlos Adílio fosse condenação. “A gente sabe que todos eles [os 11 acusados] sabiam do complô do assassinato da minha irmã, então a gente tem esperança que a Justiça seja feita. Aguardamos o julgamento do coronel (Claudio Oliveira) e do Benitez (tenente-coronel Daniel Benitez) também”.

Quatro condenados
Quatro PMs — Jefferson de Araújo Miranda, Jovanis Falcão, Júnior Cesar Medeiros e Sergio Costa Júnior — já foram julgados e condenados por homicídio triplamente qualificado — motivo torpe, mediante emboscada e para ocultar crimes anteriores — e formação de quadrilha. Outros seis réus, incluindo o então comandante do 7º BPM (São Gonçalo), tenente-coronel Cláudio Oliveira, apontado pelo MP-RJ como o mandante do crime, ainda aguardam julgamento.

Mulher de acusado grava julgamento com tablet
A mulher de Cláudio esteve presente no julgamento desta terça, e gravou tudo com um tablet. Valéria de Melo de Oliveira afirmou durante o julgamento que espera que o marido seja julgado logo.

"Como inocente, ele tem o direito de recorrer a todas as instâncias, embora eu queira que ele seja julgado o mais rápido. Acredito na inocência dele", disse Valéria, fazendo menção ao fato de a defesa ter recorrido da pronúncia no Supremo Tribunal Federal (STF). O recurso não tem prazo para ser julgado.

Valéria contou ainda que a defesa do tenente-coronel entrou na Justiça Estadual pedindo a transferência de Cláudio para o Rio. No inicio de abril, o ex-comandante foi transferido do presído federal de Campo Grande, no Mato Grosso, para o presídio federal de Porto Velho, em Rondônia, por decisão do Ministério da Justiça, que faz um rodízio periódico nas unidades prisionais.

Mãe e irmã da juíza Patrícia Acioli chegam ao julgamento do PM Carlos Adílio Maciel Santos. (Foto: Isabela Marinho / G1)Mãe e irmã da juíza Patrícia Acioli chegam ao julgamento do PM Carlos Adílio Maciel Santos por volta de 8h15. (Foto: Isabela Marinho / G1)




Fonte: Do G1

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