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Polícia
Quarta - 17 de Abril de 2013 às 13:36

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Será retomada nesta quarta-feira (17) a audiência de instrução que apura as circunstâncias da morte do estudante Toni Bernardo da Silva, 27. A partir das 13 horas, no Fórum de Cuiabá, serão ouvidas testemunhas que não participaram da primeira audiência, em fevereiro.

Após as oitivas, é esperado o interrogatório dos 3 acusados da morte do estudante africano, os policiais militares Higor Marcell Mendes Montenegro e Wesley Fagundes Pereira, além do instrutor de autoescola Sérgio Marcelo Silva da Costa, acusados de terem espancado Toni até a morte.

Na primeira parte da audiência, 11 testemunhas de acusação e defesa foram ouvidas. Entre os depoimentos, relatos de excessos e agressões, cometidos pelos 3 acusados.

Uma das principais oitivas foi a do dono da pizzaria, José Dimas Mathar. À juíza Maria Rosi de Meira Borba, ele contou que não presenciou o início da confusão. “Estava atendendo outros clientes e fui alertado pela minha mulher. Quando cheguei no local vi duas pessoas imobilizando Toni que se debatia muito”.

O empresário afirmou que enquanto era seguro, o estudante se mostrava bastante agitado e que, por conta disso, os policiais o agrediam com socos. “Cheguei a pedir para eles pararem, senão passariam de vítimas a culpados. Para mim, a partir de um certo ponto, houve excesso, sim”. Mathar salientou que Sérgio se aproximou pelo menos duas vezes de Toni, chutando-lhe a cabeça. “Na última vez eu dei uma bronca nele e ele foi embora”.

Além da Justiça de Mato Grosso, o caso será analisado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA). Em texto encaminhado para representantes de entidades e movimentos sociais no início do mês, o secretário executivo da Comissão, Emílio Álvarez Icaza, informou que o caso será estudado por uma comissão que decidirá se a conduta da PM do Estado no caso deverá ir a julgamento.
 
Caso haja uma condenação, o governo brasileiro, signatário da carta elaborada pela CIDH, poderá sofrer sanções internacionais e, com isso, pressionar a PM de Mato Grosso a reabrir as investigações sobre a conduta dos policiais, inocentados em sindicância instaurada pela corregedoria da corporação. Os 2, juntamente com o instrutor de autoescola Sérgio Marcelo Silva da Costa, ainda respondem na Justiça pelo crime de lesão corporal seguida de morte e, se condenados, podem ser expulsos da Polícia Militar.

O caso - Toni Bernardo da Silva morreu no dia 22 de setembro de 2011 após ser espancado por cerca de 15 minutos pelos 3 acusados. Ele teria entrado na pizzaria em busca de dinheiro, por ser dependente químico, e iniciado uma confusão envolvendo Sérgio e a noiva dele. Os 3 foram indiciados por homicídio doloso, mas denunciados pela promotora Fânia Amorim pelo crime de lesão corporal seguida de morte e, por conta disso, não deverão enfrentar júri popular além de, se condenados, receberem punições mais brandas.
 





Fonte: A Gazeta

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