"Quero justiça. Ele estava bêbado", diz mãe, que perdeu filha de 3 meses. Motorista está internado em estado grave, após ser espancado.
Bebê morre no RJ atropelada e suspeito apanha
Bebê de três meses que morreu atropelada já tinha batizado marcado (Foto: Lívia Torres/G1)
A mãe da bebê Kawany Vitoria Agostinho de Souza, de 3 meses, que morreu atropelada, na tarde desta quarta-feira (17), pediu por "justiça" após o acidente. Segundo Jessica Roberta Agostinho, de 22 anos, o motorista Jorge Luiz da Silva, de 57 anos, que atropelou a criança em Padre Miguel, Zona Oeste do Rio, tinha latas de cerveja no carro e estava visivelmente embriagado.
"Eu ia atravessar a rua e o carro subiu a calçada. Tinham latas de cerveja no carro e ouviram ele gritar "olha a minha cerveja"", contou Jessica.
Até a última atualização desta reportagem, o G1 não havia conseguido contato com um representante do motorista. Jorge Luiz da Silva, de 57 anos, está internado em estado grave no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, no Subúrbio. Segundo informações do 14º BPM (Bangu), ele foi espancado por pedestres logo depois do acidente e teve o carro incendiado. A polícia prestou socorro e também apagou o fogo. Várias testemunhas teriam dito que o motorista estava embriagado.
Condutor responderá por homicídio
"Vamos apurar dois fatos agora. Temos informação de que ele estava embriagado, mas como ele está inconsciente, não temos como avaliar. Colhemos uma amostra de sangue, mas o exame só pode ser feito com o consentimento dele. A princípio, ele responderá por homícidio culposo. Se ficar comprovado que ele estava embriagado, ele responderá por homicídio doloso", disse o delegado Raphael Stambodsky, da 34ª (Bangu), responsável pelo caso.
Carrinho de bebê ficou amassado em poste (Foto: Jadson Marques/Estadão Conteúdo)
Jéssica Roberta, mãe do bebê, chora a perda da
filha (Foto: Lívia Torres/G1)
O delegado disse também que vai pegar as imagens da escola que fica em frente ao local onde ocorreu o atropelamento, nas esquinas das Ruas Figueiredo Camargo e General Gomes de Castro, para saber quem participou do espancamento do motorista. Segundo relatos, entre 30 e 40 pessoas o teriam agredido e também devem ser indiciados, por tentativa de homicídio.
"A população, na sede de fazer justiça, incendiou o carro, agrediu o motorista e atrapalhou o trabalho da polícia", disse.
Caso semelhante
O acidente lembra outra ocorrido exatamente uma semana antes, no dia 10, em Quintino, no Subúrbio. Na ocasião, a doméstica Tatiana Ferreira Lúcio, de 28 anos, foi atropelada por um ônibus desgovernado em quando passava por um posto de gasolina com dois filhos pequenos — um de 3 anos e outro de 6 meses. A jovem morreu no domingo, no Hospital Salgado Filho, no Méier, Zona Norte, e foi enterrada nesta terça (16). Os filhos foram hospitalizados e já tiveram alta.
Nesta quarta, outro ônibus desgovernado invadiu uma calçada, em Ipanema, na Zona Sul, após bater em um carro. Quatro pessoas foram feridas levemente e liberadas.
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