Dono de mineradora foi preso em março, mas obteve HC no dia seguinte. Vítima sofreu atentado quando chegava em fazenda, em Várzea Grande.
Empresário suspeito de mandar matar ex-sócio em MT tem prisão decretada

A Justiça determinou a prisão do empresário do ramo de mineração, Filadelfo Dias dos Reis, suspeito de mandar matar o empresário e ex-sócio dele, no ano passado, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. Ele já havia sido preso no dia 24 de março, porém, foi solto no dia seguinte após conseguir habeas corpus. A prisão foi decretada pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), Rondon Bassil Dower Filho. A defesa do empresário disse ao G1 que não irá se manifestar sobre o pedido de prisão.

Para o magistrado, é necessário que o suspeito fique preso para resguardar a vítima, a qual ele já teria supostamente ameaçado. "O paciente, em situação fática anterior a dos autos, o teria ameaçado, deixando claro que "a briga estaria só começando, e que o declarante não tem noção do que ele é capaz de fazer"", diz trecho da decisão. Além disso, a vítima já havia dito estar "temeroso pela sua vida, e de seus familiares”, tanto que para se precaver andava em um veículo blindado, que o protegera do atentado ao chegar na caminhonete em uma fazenda de propriedade dele.

Segundo Rondon Bassil, que o suspeito oferece risco se continuar em liberdade. "Tais circunstâncias evidenciam a periculosidade em concreto da conduta do paciente, revelando que, em liberdade, oferece risco à ordem pública, sendo também sua libertação inconveniente para a instrução criminal, eis que pode coagir e atemorizar as testemunhas, que sequer foram ouvidas em Juízo, fazendo com que estas receiem de ratificar os fatos já revelados, negá-lo ou mesmo desaparecer do distrito da culpa, evitando que a verdade transpareça", enfatizou.

Para supostamente mandar matar o ex-sócio, o empresário teria contratado uma quadrilha para forjar um roubo à residência, conforme denúncia do Ministério Público Estadual (MPE). O roubo serviria de disfarce à tentativa de homicídio.

Conforme a polícia, os funcionários da fazenda foram aterrorizados por quatro homens armados que invadiram o local e levaram objetos como relógios, celulares, óculos, dinheiro, um detector de metais e 100 gramas de ouro. No momento da fuga, os bandidos deram de frente com os donos da propriedade em uma caminhonete e metralharam o veículo. A polícia confirmou oito suspeitos de envolvimento no crime.

O crime teria sido motivado após um desentendimento entre os sócios. Segundo o Ministério Público, Filadelfo queria comprar a fazenda onde o crime ocorreu por considerar o potencial da mina de ouro do local, mas a vítima teria se adiantado ao se juntar a outros dois empresários na compra das terras.