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Política
Sábado - 20 de Abril de 2013 às 03:46

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Na data em que se celebra o dia do Índio ao menos oito etnias de Mato Grosso, consideradas isoladas, não têm muito o que comemorar. Elas correm sério risco de sumirem do mapa devido, principalmente, à vulnerabilidade e disputas de terras com fazendeiros e representantes de madeireiras, aponta a Fundação Nacional do Índio (Funai).

Duas dessas etnias são o Piripkura e Kawahiva.

Os primeiros foram contatados pelos não-índios no final da década de 70, eles eram cerca de 20. Desde então, os contatos têm sido escassos e até hoje pouco se sabe a respeito dos Piripkuras.

Dois deles, porém, servem de prova de que a etnia vem conseguindo resistir às investidas e ameaças de fazendeiros que habitam a região.

Em 1998, Mande-í e Tucan foram localizados por indigenistas da Funai.

“Eles não querem nenhum tipo de contato permanente com o homem branco”, afirmou Elias Bigio, responsável pela Coordenação Geral de Índios Isolados e de Recente Contato da Funai.

Ele conta que, pelo menos duas vezes ao ano se encontra com Mande-í e Tucan, que se comunicam apenas no idioma Tupí-kawahíb. A comunicação acontece com ajuda de intérpretes.

“Nós não temos números, mas eles nos falam que existe um pequeno grupo, formado por homens, mulheres e crianças, vivendo nas florestas”, afirma Bigio.

Parte do receio dos Piripkura em estabelecer contato com o homem branco vem da desconfiança. Em meados da década de 70 uma aldeia da etnia foi invadida por homens armados, que mataram quase todos os Piripkura.

Mande-í, Tucan e alguns outros poucos, como Rita, conseguiram sobreviver.

Depois de um tempo vagando pela floresta ela foi localizada e levada para uma fazenda, onde foi escrava de peões, prestando serviços sexuais e domésticos até ser resgatada pela Funai em 1984.

Ela foi considerada a única representante dos Piripkura até os indigenistas encontrarem Mande-í e Tucan.

Atualmente, Rita vive em Rondônia, residindo com indígenas da etnia Karipuna.

Os Kawahivas, que vivem em florestas situadas na divisa de Aripuanã com o estado do Pará e também foram vítimas de genocídio, são outros que preferem manter distância dos não-índios. A Funai estima que hoje a população da etnia seja inferior a 50 pessoas.

Em todo o país 76 grupos indígenas vivem em situação de isolamento ou contatados pela primeira vez recentemente. Ao menos 28 tribos isoladas já foram confirmadas pela Funai, mas o órgão ainda estuda mais de 40 pontos em que há possibilidade de encontrar povos isolados. As informações sobre as etnias isoladas são adquiridas por meio de pesquisas e relatos de outros indígenas.

 






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