Acusados serão ouvidos nesta quarta
Será retomada na tarde desta quarta-feira (15) o julgamento dos 3 acusados pela morte do estudante Toni Bernardo da Silva, 27. Serão ouvidos no Fórum de Cuiabá ao menos 3 testemunhas de defesa, além dos 3 réus, o instrutor de auto escola Sérgio Marcelo Silva da Costa, 29, e os policiais militares Higor Marcell Mendes Montengro, 26, e Wesley Fagundes Pereira, 25.
A sessão deveria ter sido realizada no último dia 17 de abril. No entanto, a juíza responsável pelo caso, que já havia iniciado a instrução processual, Maria Rosi de Meira Borba, teve problemas de saúde e estava, naquele dia, em licença médica.
Na primeira parte da audiência, realizada em fevereiro, 11testemunhas de acusação e defesa foram ouvidas. Entre os depoimentos prestados as testemunhas relataram que os acusados cometeram vários excessos chegando a agredir o estudante quando ele já estava caído e imobilizado.
Uma das principais oitivas foi a do dono da pizzaria, José Dimas Mathar. À juíza Maria Rosi de Meira Borba, ele contou que não presenciou o início da confusão entre Toni, Sérgio e a noiva dele. “Estava atendendo outros clientes e fui alertado pela minha mulher. Quando cheguei no local já vi duas pessoas imobilizando Toni que se debatia muito”.
O empresário afirmou que enquanto era seguro, o estudante se mostrava bastante agitado e que, por conta disso, os policiais o agrediam com socos. “Cheguei a pedir para eles pararem, disse a eles que passariam de vítimas a culpados. Para mim, a partir de um certo ponto, houve excesso, sim, as pessoas ficaram revoltadas”. Mathar salientou que Sérgio se aproximou pelo menos duas vezes de Toni, chutando-lhe a cabeça. “Na última vez eu dei uma bronca nele e ele foi embora”.
O caso -Toni Bernardo da Silva morreu no dia 22 de setembro de 2011 após ser espancado por cerca de 15 minutos pelos 3 acusados. Ele teria entrado na pizzaria em busca de dinheiro, por ser dependente químico, e iniciado uma confusão envolvendo Sérgio e a noiva dele.
Em investigação conduzida pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os 3 foram indiciados por homicídio doloso, mas denunciados pela promotora Fânia Amorim pelo crime de lesão corporal seguida de morte e, por conta disso, não deverão enfrentar júri popular além de, se condenados, receberem punições mais brandas, entre 4 e 12 anos de prisão.
Quando foi morto, Toni estava prestes a ser pai. Ele estava no Brasil desde 2006 graças a um acordo de intercâmbio com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) onde chegou a cursar Economia. No entanto, seu envolvimento com drogas o fez reprovar em um dos semestres e ser desligado da instituição.
Dois meses antes do crime, quando foi detido pela Polícia Militar, o africano foi notificado pela Polícia Federal, que recebeu comunicado da UFMT, para deixar o país em 8 dias, mas não foi mais localizado
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