Apesar da queda de 4% no volume negociado de soja e da péssima logística local, pujança ainda resiste
MT em inédito 4º lugar
Mato Grosso assumiu em abril o quatro lugar do ranking nacional dos maiores exportadores do Brasil, atrás apenas dos gigantes nacionais do sudeste: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A posição inédita surpreendeu pela velocidade com que foi alcançada e mais ainda pelo contexto da conquista, em pleno ápice do caos logístico instaurado na safra estadual 12/13 de grãos.
O Estado iniciou o ano na sexta colocação e historicamente estava sempre entre os dez primeiros. Nesta seleção de 2013, Mato Grosso que já havia superado fortes concorrentes como o Pará, grande exportador de minérios, e Santa Catarina, deixou para atrás agora o Paraná e o Rio Grande do Sul, ganhando duas posições.
Mesmo com a soja, carro-chefe das exportações mato-grossenses registrando volume 4% inferior ao consolidado no primeiro quadrimestre do ano passado, o comércio internacional foi garantido pelo milho, que desde janeiro vem roubando a cena e que até março havia avolumado mais toneladas embarcadas que a oleaginosa.
De janeiro a abril deste ano, a pauta local contabilizou negócios de US$ 5,38 bilhões, crescimento de quase 37% em relação ao faturamento de igual período do ano passado, US$ 3,93 bilhões. O Estado foi o único do ‘top 4’ a imprimir uma evolução anual nesta proporção. São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, este último com receita pouca coisa superior a Mato Grosso – US$ 6,41 bilhões -, tiveram variações de 3,31%, -0,39% e – 39,79%, respectivamente. Com a performance do acumulado em 2013, Mato Grosso amplia a participação no ‘bolo’ nacional das exportações. Deixa de representar 5,27% para atingir 7,53%.
“A inédita quarta posição surpreendeu, e muito. Não imaginava um resultado assim tão rápido. Milho e soja, apesar dos gargalos, garantiram a vitória do Estado contra a logística”, exclama o presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Jandir Milan.
Conforme análises do Centro Internacional de Negócios da Fiemt (CIN), nos últimos 12 meses, ou seja, de abril de 2013 a março de 2012, o Estado acumula receita de US$ 15,31 bilhões. Considerando esse saldo e a performance até abril, Milan acredita que as exportações estaduais podem encerrar o atual exercício em cerca de US$ 17 bilhões, o que supera o recorde anterior de US$ 13,86 bilhões. “A projeção leve em conta os preços atuais, que não podem cair, e estão isentos de qualquer obstrução de mercado, como os embargos”, avalia.
A receita dos quatro primeiros meses deste ano, em pouco mais de US$ 5,34 bilhões, equivale a cerca de 40% do total de 2012, US$ 13,86 bilhões. O faturamento dividido pelos quatro meses revela uma média mensal de US$ 1,34 bilhão, resultado que mostra um outro feito inédito, receitas acima de US$ 1 bilhão para os primeiros meses do ano. Na série histórica das exportações estaduais, o primeiro bilhão surgia sempre a partir de março, consequência da retomada das exportações da soja, logo após o pico de colheita.
SUPERÁVIT – Apenas Minas Gerais separa o saldo da balança comercial mato-grossense (exportações menos as importações) do topo nacional. Mato Grosso registra o segundo maior saldo do período, US$ 4,70 bilhões, crescimento de 34,30% ante o saldo do quadrimestre correspondente. Minas acumula US$ 10,38 bilhões. O saldo nacional é deficitário em mais de US$ 6,15 bilhões. “Por esses números vemos claramente a importância do Estado no comércio internacional do país. Sem dúvida alguma nossa performance tem impedido que o saldo negativo aumente. Estamos ajudando o Brasil, mesmo comercializando commodities”, aponta Milan.
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