Pelo Enem, ele conseguiu realizar sonho de cursar engenharia de petróleo. Cheio de expectativas para nova fase, nem morar sozinho o amedronta.
Jovem aprovado no Sisu troca o calor de MT pelo clima ameno do RS

Levantamento do MEC obtido com exclusividade pelo G1 mosta que 13% dos aprovados no Sisu migraram de estado. 



Estudante deixou a família em Cuiabá e seguiu
sozinho para o RS (Foto: Vinicius Lemos/G1)

Estudar engenharia de petróleo é um sonho antigo do rapaz, que se diz muito feliz em poder realizá-lo. “Quatro ou cinco anos atrás, eu optei por este curso. Antes, estava em dúvida se escolhia a engenharia mecatrônica ou a de petróleo, mas com o aumento da importância do pré-sal no país e as inúmeras oportunidades de emprego sendo criadas, resolvi optar pela de petróleo.” Mesmo tendo sido aprovado, o desempenho de Augusto não foi tão bom quanto ele esperava. “Eu fui bem nas provas, mas o que me prejudicou foi a redação. Mesmo tendo feito um curso de produção textual, não consegui uma boa nota neste quesito. O que me salvou foi a matemática, matéria na qual eu fui muito bem”, revela.

Durante o ano passado, a rotina de estudos do rapaz foi intensa. “Eu me preparei bastante. Embora não tenha feito cursinho, eu estudava em período integral numa escola que tinha o foco no Enem e isso me ajudou muito”, diz. O jovem foi aprovado no Sisu através da lista de espera, que é realizada a partir das vagas remanescentes das duas primeiras seletivas. “Eu não havia sido selecionado nas primeiras chamadas, por isso resolvi iniciar um curso preparatório para o próximo Enem. Porém, veio a grata surpresa de ser aprovado na lista de espera e os meus planos foram alterados”, relata ao G1.

Morar em uma cidade com o clima tão distinto ao da capital de Mato Grossox não é um problema para Augusto. “Eu nasci em Porto Alegre, morei lá até os 7 anos, então estou acostumado ao frio e até gosto de um clima que não seja tão quente. Mesmo habituado ao calor intenso de Cuiabá, não vai ser difícil me adaptar à temperatura de Pelotas”, conta o rapaz, que teve o total apoio da família. “Os meu pais me deram força para que eu tomasse a decisão de ir estudar em uma universidade de outro estado, ainda mais sendo no Rio Grande do Sul, onde moram muitos parentes, embora nenhum deles viva em Pelotas.”

Nesta nova fase da vida, o rapaz terá de morar sozinho, mas não encara isso como um empecilho. “Eu acredito que viver longe dos meus pais não vai ser um grande problema. Acho que vou me adaptar bem à situação, não sou muito apegado às coisas e não me importo em ficar longe de casa. A parte mais difícil vai ser o fato de eu ter que aprender a me virar sozinho”, diz o jovem, que tem uma objeção em relação ao novo município. “O ruim é que em Pelotas não tem shopping”, conta.

As expectativas para a nova vida são as melhores possíveis. O futuro universitário foi a Pelotas, após ser classificado no Sisu, para realizar a matrícula e conhecer a instituição em que estudará. “Eu gostei bastante do que eu vi na universidade. Assisti a uma aula dos veteranos do meu curso, achei os professores muito bons e a infraestrutura do local é excelente”, orgulha-se.

Para quem chega
Para quem foi selecionado para uma universidade de Mato Grosso através do Sisu e fará o caminho inverso ao de Augusto, ele aconselha: “Se vier estudar em Cuiabá, é bom se preparar, porque o calor é forte, não sei se a pessoa conseguirá se adaptar. Porém, é uma boa cidade para viver e a Universidade Federal de Mato Grosso parece ser uma boa instituição de ensino”, avalia o jovem, que embarcou para Pelotas na noite de domingo (5).