Crianças só devem ter celulares em casos de necessidade
Objeto indispensável na vida de jovens e adultos, os celulares também são artigo de desejo das crianças. Dado como presente, muitas vezes o aparelho é usado inicialmente para jogos e ouvir músicas. Mas com o acesso à internet cada vez mais facilitado, com pacotes de dados de internet móvel mais populares, o uso indevido do aparelho pode ser um problema para a criançada.
“Ele chama a atenção delas por ser um objeto de representação do mundo adulto”, explica a coordenadora do Núcleo de Cultura e Pesquisa do Brincar da PUCSP, Maria Ângela Barbato Carneiro. Além disso, o celular também é capaz de saciar aquela curiosidade tão presente na cabeça dos pequenos. “As perguntas das crianças se vêem respondidas imediatamente com o acesso rápido e fácil à internet”, afirma.
Segundo a coordenadora, não é indicado dar esses aparelhos a crianças menores de 10 anos, pois, nessa idade, elas não têm condições de lidar com a tecnologia adequadamente. A especialista ainda ressalta a importância de os pais observarem se há realmente a necessidade de dar um celular para o filho. “Na maioria das vezes, os pequenos não precisam deles, pois não costumam sair sozinhos. Em casos de emergência, os pais podem ter contato imediato com os filhos através do telefone da escola, por exemplo”, diz.
Soluções inteligentes
Para controle maior dos pais, já existem aparelhos no mercado projetados especialmente para crianças. É o caso do Mobee: além de só aceitar quatro contatos na agenda telefônica (mãe, pai, casa e um adicional), o dispositivo oferece outras características bastante interessantes para os pais. Uma delas é o botão de “pânico”, que envia uma mensagem de emergência aos contatos assim que a criança o pressionar. O celular também possui um recurso no monitor, que permite aos pais ligarem para o aparelho e ouvirem qualquer coisa que esteja acontecendo em torno dos filhos.
Para a especialista, os celulares têm estimulado o consumo e a falta de comunicação entre as pessoas. No entanto, em casos de extrema necessidade, soluções como o Mobee (que só pode ser adquirido pelo site da empresa israelense e custa cerca de R$ 220), são alternativas viáveis. “Se não tiverem essa urgência, os pais devem preferir gastar esse dinheiro com atividades mais educativas, como livros, passeios, brinquedos e atividades culturais”, indica.
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