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Sexta - 17 de Maio de 2013 às 15:26

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A deficiente visual Luciene Dias da Costa, 24, foi absolvida por unanimidade, pelo Tribunal do Júri de Várzea Grande. Ela era acusada de ser a mandante da morte do marido, Arley de Amorim Arguilera, crime ocorrido em 2010, por Rafael da Silva, 24, condenado na mesma sessão a 15 anos pela coautoria da execução. O julgamento foi iniciado nesta quinta-feira (16) e concluído na madrugada de sexta (17).

Para o advogado de Luciene, Vilson Nery, os jurados restabeleceram a verdade dos fatos, uma vez que ela sempre negou a autoria do crime. “Ela foi envolvida no caso por um delegado que tomou outro depoimento do Rafael, que já tinha confessado um latrocínio. Como a pena do roubo seguido de morte é maior do que a de homicídio, ele a incriminou”.

Na versão do acusado, a intenção de Luciene, portadora de ceratocone, uma doença não-inflamatória degenerativa, que perdeu a visão do olho esquerdo e enxerga apenas 2% com o direito, ordenou a execução para ficar com uma casa, uma indenização trabalhista e um seguro de vida. “A casa foi vendida pela família dele e a indenização trabalhista era de menos de R$ 3, o que inviabiliza esta tese”.

Para cometer o crime, Rafael incriminou uma terceira pessoa, chamada por ele de Márcio. “Este Márcio nunca foi identificado e tampouco a arma do crime foi encontrada”, salienta o defensor de Luciene, que está presa há 2 anos no Presídio Feminino Ana Maria do Couto May.

Neste período, segundo Nery, ela teve dentes quebrados, foi agredida e, durante uma rebelião, baleada. “Ela passou por um verdadeiro inferno até agora, que conseguimos comprovar a inocência dela”. O advogado espera a expedição do alvará de soltura, nesta sexta-feira (17), para que Luciene deixe a prisão.

Passado o julgamento, a luta dela passa a ser outra, recuperar a guarda da filha, hoje com 7 anos, que mora em lugar não conhecido com a avó paterna. “Vencemos um drama, mas agora outro vai começar. Não sabemos do paradeiro da menina e precisamos da ajuda da Justiça, primeiro para determinar a restituição da guarda, depois para acharmos ela. No tempo em que ficou presa, Luciene nunca recebeu a visita da menina”.

Arguilera foi morto a tiros dentro de casa, no bairro Mangabeiras, em Várzea Grande. Antes de incriminar a esposa da vítima, Rafael disse que ele foi baleado por se recusar a entregar as chaves da motocicleta.

 

 





Fonte: A Gazeta

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