RS: presos são flagrados saindo de presídio, assaltando e voltando
Presos do Instituto Penal de Viamão, na região metropolitana de Porto Alegre (RS), foram flagrados fugindo da casa de detenção durante a noite e retornando para a cadeia após praticar crimes. As imagens, feitas por um agente penitenciário no final do ano passado, mostram dez detentos saindo do presídio apoiando uma escada na parede e voltando horas depois carregando sacolas com produtos roubados, mantimentos e drogas. “Eu jamais pude imaginar uma situação como esta dentro de um presídio”, disse a juíza Liliane Michels Ortiz. Em janeiro, o instituto penal, o maior do regime semiaberto do Rio Grande do Sul, com 278 presos, passou por uma revista. “Foram apreendidas muitas armas, uma enorme quantidade de drogas. Celulares, chips e uma coisa que demonstra perfeitamente - e isso não foi apreensão, isso é constatação da precariedade da segurança - é que foram encontradas seis mulheres dentro do presídio. E o presídio é só masculino”, disse a juíza, que proibiu o ingresso de novos detentos na cadeia desde então. As informações são do Fantástico.
Uma das mulheres que esteve dentro do presídio afirmou que circulava livremente pelo local. “Eu fiquei dois, três dias. Eu ia e saia e voltava, entendeu? Eu fui pra fazer programa. Eles me davam o dinheiro e eu usava a droga livremente. Quem é drogada, vê tanta droga lá dentro, que não quer sair. Vai sair pra quê?”, disse. Alguns detentos têm autorização da Justiça para trabalhar durante o dia, mas todos precisam dormir na cadeia. Nos primeiros quatro meses do ano, 280 presos saíram e não voltaram mais - uma média de duas fugas por dia. “Eles vêm pra cá, respondem a chamada, dão um tempo dentro do instituto e saem. Cometem os delitos e saem. Respondem à próxima chamada. A defesa dele vai dizer ‘não, ele respondeu à chamada e estava dentro do instituto’. Hoje, consiste num álibi maravilhoso”, disse o comandante da Brigada Militar de Viamão, Marcelo Giusti. O diretor da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), Gelson Treisleben, reconheceu que o local é inseguro. “Hoje eu não tenho condições de fechá-lo. Estamos em projetos de construção de quatro casas com capacidade para 150 detentos”, disse.
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