MP abre 14 inquéritos em 5 meses
Em cinco meses a Promotoria de Defesa da Cidadania e do Consumidor instaurou 14 inquéritos contra a Farmácia de Alto Custo de Mato Grosso. Alguns medicamentos não estão sendo entregues aos pacientes desde novembro de 2012.
Segundo o promotor responsável pelas ações, Alexandre de Matos Guedes, diversos medicamentos, alguns populares no tratamento de uma série de doenças, vêm faltando constantemente desde o final do ano passado. “Há uma doença crônica na saúde do Estado na atual gestão. O problema parece não ter fim. Estão faltando todos os tipos de medicamentos para várias enfermidades: Mal de Parkinson, Mal de Alzheimer, problemas renais entre outro. Há diversos medicamentos em que os pacientes correm risco de vida se o uso for interrompido“.
Além dos comuns da Farmácia de Alto Custo, medicamentos considerados muitos caros, que foram regulamentados pela portaria 172 através da Secretaria de Estado de Saúde (SES), também estão em falta nas unidades do Estado, entre eles produtos destinados a recém-transplantados e pacientes renais.
De acordo com Presidente da Associação dos Pacientes Renais e Transplantados de Mato Grosso (Apret-MT), Luzia Canavarros, pacientes renais crônicos estão sofrendo por conta da ausência dos medicamentos. “Entre os medicamentos, alguns são responsáveis por fixar o cálcio nos ossos e não permitir que ele vá para outras partes do corpo. Por causa da falta dele temos pacientes que tiveram múltiplas a fraturas e agora só conseguem andar de cadeira de rodas”.
A professora aposentada Mônica da Silva Barbosa, de 51 anos, faz hemodiálise há 17 anos. Ela conta que desde novembro não consegue o remédio. “O pior é que nem se eu quisesse comprar eu poderia, pois ele é de uso restrito e não se vende em farmácias. Apenas o Estado pode distribuí-lo”, afirmou.
A SES informou por meio de nota que mudou a forma de aquisição dos medicamentos a partir do começo do ano, e que os processos se encontram em estado licitatório. A SES afirmou também que está realizando um levantamento dos medicamentos faltantes e da ordem de urgência e que os remédios serão adquiridos o mais breve possível.
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