Ida Feliz foi levada da casa da família adotiva em Cuiabá por homem armado. Polícia acredita que menina esteja com os pais biológicos no exterior.
Menina está desaparecida há quase um mês após ser sequestrada em MT
Prestes a completar um mês, o desaparecimento da menina de origem dominicana, Ida Verônika Feliz, de oito anos, que foi levada à força da casa em que morava com a família adotiva em Cuiabá, pode ganhar uma nova pista a partir de uma decisão da Justiça. Tramita na 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da capital, desde esta quarta-feira (22), um pedido encaminhado pela Polícia Civil para interceptar um suspeito que teria envolvimento no sequestro da menina. O procedimento policial será analisado pelo juiz auxiliar Jamilson Haddad Campos.
O delegado da Divisão Anti-Sequestro, Flávio Stringueta, revelou em entrevista ao G1 que o pedido foi encaminhado à Justiça há duas semanas. Sem ter um posicionamento do judiciário, o delegado avalia que a investigação está comprometida. “Eu encaminhei este pedido no dia 8 [ maio] para a análise da Justiça e do Ministério Público. A minha investigação está parada na parte técnica e de inteligência em um caso tão grave como esse”, afirmou o delegado.
O G1 apurou junto à Corregedoria do Tribunal de Justiça de Mato Grosso que o pedido da Polícia Civil foi protocolado, inicialmente, no dia 8 deste mês na Vara Especializada do Crime Organizado. O procedimento foi redestribuído para a 8ª Vara Criminal no dia 9. No dia seguinte, a juíza Maria Rosi de Meira Borba despachou o pedido com vistas para o Ministério Público no dia 10.
No dia 13, o procedimento ficou sob análise do Ministério Público Estadual, que só devolveu o pedido à Justiça nesta quarta-feira (22). De acordo com a Corregedoria do TJMT, a juíza da 8ª Vara Criminal declarou não ser de competência dela julgar o pedido e, por isso, o arremeteu para a 1ª Vara de Violência Doméstica. A Corregedoria avalia que o pedido seguiu trâmite normal nas Varas do Fórum da capital. Já o Ministério Público Estadual afirmou ao G1 que vai se posicionar sobre o caso nesta quinta-feira (23).
Retrato falado
Até o momento, circula no país e no exterior, via Interpol, o retrato falado de dois suspeitos envolvidos no sequestro da garota. Um deles, invadiu a casa da família adotiva da menina armado e fugiu com ela em um veículo. O outro comparsa enviou uma mensagem de texto, no mesmo dia do sequestro, da cidade de Matupá, a 696 quilômetros de Cuiabá, exigindo a saída da polícia nas investigações. Nenhum deles foi preso.
As investigações da Polícia Civil levam a crer que Ida foi sequestrada a pedido dos pais biológicos, uma dominicana e um italiano, que não mais estariam no país. O casal foi preso no Brasil por envolvimento com o tráfico de drogas. Além de Ida, eles tiveram um outro filho no estado de Santa Catarina que, semelhante à irmã, foi sequestrado da família adotiva.
Nesta quarta-feira, a mãe adotiva da menina, Tarcilia Gonçalina de Siqueira prestou novo depoimento à Polícia Civil. Ela reforçou as informações prestadas no primeiro depoimento, com mais detalhes da rotina de Ida Verônika. Ao G1, ela afirmou que a saudade da filha adotiva aumenta a cada dia. “ A minha vida, a minha alegria acabaram. À noite eu não consigo dormir. A casa parece que ficou maior com a ausência dela”, disse.
No início do mês, a família realizou uma passeata na região central de Cuiabá para colocar o caso em evidência. Fotos de Ida Verônika circulam pela internet e foi replicada por famosos e personalidades da mídia em diversas redes sociais.
Adoção e sequestro
Polícia acredita que Ida Verônika esteja na Europa com os
pais biológicos (Foto: Reprodução/TVCA)
Ida Verônika foi deixada em um quarto de hotel da capital mato-grossense, com quatro meses de idade, pelos pais biológicos. A menina foi cuidada pela camareira que, meses depois, se tornaria irmã de criação. Após ser acolhida em um abrigo para menores, a mãe da camareira obteve na Justiça a guarda da menina.
No dia 26 de abril, Ida foi sequestrada no horário do almoço da residência em que morava. A pedido da Polícia Civil, a Interpol foi acionada para também auxiliar nas investigações pela suspeita da menina estar no exterior com os pais biológicos.
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