Pais publicam diário de menina morta por aneurisma cerebral
Os pais de uma menina de 13 anos que morreu de aneurisma cerebral, em março do ano passado, publicaram o diário da filha. Jemima Layzell desmaiou abruptamente em casa em Horton, na Inglaterra, e morreu mais tarde no hospital, depois de sofrer um forte sangramento no cérebro.
Ela havia expressado a vontade de doar seus órgãos, que salvaram a vida de oito pessoas, além da visão de outras três. Depois de sua morte, os pais de Jemima, Harvey, de 44 anos, e Sophy Layzell, de 39, descobriram o diário que a menina começou a escrever aos 4 anos. Jemima sonhava em se tornar uma escritora, então os pais decidiram publicar o conteúdo.
As anotações agora deram origem a um livro chamado "The draft" ("O esboço", em tradução livre), elogiado por importantes autores de obras infantis, como Dame Jacqueline Wilson e Michael Morpurgo.
Harvey, que é fotógrafo, disse que a família, através do livro, queria chamar atenção para a questão da doação de órgãos e da voz das crianças:
"Estamos extremamente orgulhosos de ver as palavras da Jemima impressas, especialmente porque a maior parte não foi lida durante a sua vida", disse ele. "Compartilhar os pensamentos particulares dela poderia ser considerado algo invasivo, mas decidimos publicar não só porque ela era talentosa, mas também para ouvir sua voz. Como filha, ela era aplicada, consciente e sempre determinada em nos deixar orgulhosos. Ela era criativa e adorava analisar e questionar o mundo ao redor. Ela amava sair com os amigos."
A irmã de Jemima, Amelia, de 12 anos, vai receber metade dos lucros de "The draft". O resto será direcionado para a criação de uma instituição de caridade.
O livro começou a ser vendido em 21 de maio, dia do aniversário de Jemima. As anotações expressam os pensamentos dela sobre amor, amizade e o futuro - e o desejo de ter "alguém que realmente goste de mim pelo que eu sou". Leia um trecho:
"Algumas pessoas dizem que Deus não existe porque, se existisse, ele ajudaria todas as pessoas pobres do mundo. Não concordo. Sinto o desespero delas, mas temos que ajudá-las. Elas estão lá porque fizemos isso com elas. Estão lá para nos tornarmos corretos. Estão lá para nos impedir de virarmos monstros antes que seja tarde demais."
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