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Política
Sexta - 31 de Maio de 2013 às 21:54

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O Ministério Público Estadual protocolou na 1ª Vara Criminal de Cuiabá a relação das testemunhas de acusação que serão arroladas durante o julgamento do bicheiro João Arcanjo Ribeiro. Ele é apontado como mandante do assassinato do empresário Sávio Brandão. A data do julgamento não está marcada, mas a expectativa é que no mês de julho haja o agendamento, conforme disponibilidade de vaga.

A lista entre testemunhas e informantes é composta de quatro pessoas. O atual senador da República José Pedro Taques, o delegado Luciano Inácio da Silva, que investigou o assassinato de Sávio Brandão, a irmã de Sávio, Luíza de Barros Lima, e o então diretor-geral da Folha do Estado, Ciro Braga Neto.

Segundo o promotor criminal, João Augusto Gadelha, são testemunhas e informantes essenciais para o julgamento. Ele destaca a presença de Pedro Taques, pois na época, como procurador da República em Mato Grosso, teve informações valiosas. Taques atuou em vários processos de combate ao crime organizado, como o da operação “Arca de Noé” e o do assassinato de Rivelino Jaques Brunini.

“A presença do senador será importante porque ele poderá fornecer informações que não constam nos autos sobre Arcanjo e como funcionava o crime organizado em Mato Grosso”, frisou.

Uma testemunha importante será o ex-diretor-geral da Folha que, dias antes, teria recebido a visita de representantes do bicheiro. Eles alertaram o empresário para que parasse de fazer algumas reportagens “inoportunas”.

O promotor solicitou também cópias dos julgamentos dos outros quatro condenados pelo assassinato do empresário – os ex-policiais militares Hércules de Araújo Agostinho, Célio Alves de Souza, Fernando Barbosa Bello, e João Leite.

A próxima etapa será a manifestação do advogado Zaid Arbid, que defende Arcanjo. Ele também vai fazer a lista das testemunhas de defesa do bicheiro.

O julgamento ocorre quase 11 anos depois do crime e seis após a sentença de pronúncia (que determina que o acusado enfrente o júri popular). A demora se deve aos inúmeros recursos apresentados pelos advogados de defesa.

No mês passado, o Supremo Tribunal Federal esgotou todas as possibilidades de adiamento e enviou o processo para a 1ª Vara Criminal da Capital, para que o julgamento fosse marcado.

Entre os argumentos que a defesa de Arcanjo vinha utilizando está o de que o crime, ocorrido em 30 de setembro de 2002, não constava no tratado de extradição dele formulado entre o Brasil e o Uruguai. À época, as acusações contra o bicheiro eram por formação de quadrilha, sonegação fiscal, descaminho e lavagem de dinheiro. Esta última acabou não sendo aceita pela Justiça uruguaia porque a prática não é prevista como crime no país.

CRIME - Sávio Brandão foi executado na tarde do dia 30 de setembro quando visita as obras da nova sede do jornal Folha do Estado, na rua Tereza Lobo. Foram disparados ao menos 10 tiros de pistola 9mm contra ele. Todos atingiram a cabeça.

Caso estivesse com colete à prova de balas, também não sobreviveria, pois os tiros atingiram partes fora de proteção.

Sávio estava em companhia de um engenheiro da a construtora contratada para erguer o novo prédio. Segundo testemunhas, dois homens ocupando um moto o aguardavam na esquina da avenida Tereza Lobo e se aproximaram do empresário já atirando.

Como executores, foram condenados os ex-PMs Hércules Araújo Agostinho e Célio Alves de Souza e como intermediários, João Leite e Fernando Belo. O último morto há tiros em 2009.


 






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