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Nacional
Sábado - 01 de Junho de 2013 às 23:38

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Uma pesquisa realizada em 16 hospitais espanhóis conseguiu definir pela primeira vez o perfil das pacientes consideradas "sobreviventes a longo prazo" de um tipo de câncer de mama, o HER2 positivo.

 
O trabalho conseguiu reunir 103 mulheres que apresentavam um tumor HER2 positivo em fase avançada e que receberam tratamento com quimioterapia e Trastuzumab (Herceptin).
 
Todas elas sobreviveram três ou mais anos e apresentaram em alguns casos uma remissão completa do tumor, quando o normal é que quando um tumor de mama faz metástase e se espalha pelo organismo, a sobrevivência não dure mais de dois ou três anos.
 
O estudo espanhol foi apresentado hoje na 49ª reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) que reúne de ontem até 4 de junho em Chicago mais de 30 mil especialistas em câncer.
 
O doutor Enrique Espinosa, médico adjunto do Serviço de Oncologia do Hospital La Paz de Madri, foi o encarregado de expor o trabalho, denominado LongHER, cujo objetivo é traçar o perfil molecular e clínico dessas pacientes.
 
"A pesquisa começou porque os oncologistas nos demos conta que algumas pacientes com metástase viviam muito mais que o esperado e sem sinais de doença", explicou o médico a veículos de imprensa espanhóis presentes na reunião da ASCO.
 
Essas mulheres foram tratadas com o anticorpo Trastuzumab e ainda continuam com o câncer "porque por ser um grupo tão raro não sabemos se podemos extirpá-lo", acrescentou.
 
"É tão raro que uma paciente com um tumor disseminado seja curada, que ainda não nos atrevemos a dizer que se curaram e por isso falamos de sobreviventes a longo prazo", algumas delas com seis anos sem a presença da doença, mas com o tratamento ainda em vigor.
 
O médico insistiu que "em muitas delas a doença está estagnada e em outras desapareceu, mas falar de cura em relação a câncer de mama é um insulto. Pode haver recaídas inclusive após dez anos".
 
O dado notável é que os 16 hospitais espanhóis apresentaram seus casos isolados e se conseguiu reunir essas 100 mulheres. Foram analisados seus dados clínicos e, nos casos em que foi possível, os tumores.
 
As análises clínicas não mostraram características específicas que pudessem ser consideradas definitivas, como a idade ou o estado menopáusico, mas exibiram um denominador comum: nenhuma tinha sido tratada com o remédio Herceptin quando o tumor foi diagnosticado, já que à época não era utilizado, mas sim quando já aconteceu a disseminação do câncer.
 
Hoje em dia esse tratamento se aplica em fase precoce, após a cirurgia e junto à quimioterapia.
 
"Isto sugere que, dentro do grupo dos tumores de mama HER2 positivo (20% do total de carcinomas de mama), que são muito sensíveis à droga, de modo que este pode eliminar a doença embora existam metástases", indicou o especialista.
 
Das 103 mulheres, 51 não apresentam doença e o restante apresenta, mas controlada. A Cada três semanas vão ao hospital para receber por via intravenosa o Trastuzumab.
 
Para o estudo molecular, os autores compararam o genoma dos tumores das mulheres do LongHER com o de outros tumores que tinham respondido mal ao tratamento, ou seja, haviam progredido depois de poucos meses de tratamento.
 
"Assim como os tumores LongHER não exibiam características moleculares especiais", comentou Espinosa, "no outro grupo foi identificado um padrão a partir do qual se poderia chegar a identificar as pacientes que não vão responder ou vão reagir muito pouco ao tratamento com Herceptin".
 
Portanto, uma das conclusões do estudo é que a análise do genoma permitiria prever em que pacientes tratadas com o anticorpo Herceptin a doença vai a progredir mais lentamente.
 





Fonte: EFE

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