Acusada de rapto está no isolamento
Responsável pela investigação sobre uma rede de tráfico internacional de órgãos com atuação em Cuiabá, o delegado Gianmarco Paccola, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), suspeita que o grupo tenha feito mais vítimas na Capital, além da criança de um mês sequestrada na semana passada.
O bebê foi resgatado pela Polícia Civil na última sexta-feira (31), um dia depois de ter sido levado.
Jucione Santos Souza, 29 anos, raptou o bebê da adolescente R.T.I.S., 15 anos, e confessou que receberia R$ 35 mil para mandar a criança ao exterior. Ela sabia que o recém-nascido seria morto.
A acusada está recolhida no presídio feminino Ana Maria do Couto May, em Cuiabá. Por questões de segurança, permanecerá 10 dias no isolamento. Depois, ficará na ala denominada “Seguro” – onde estão as pessoas que sofrem ameaças de morte por parte de outras detentas.
Jucione foi presa depois que uma antiga vizinha dela reconheceu o retrato divulgado pela Polícia Civil. A sequestradora foi localizada com a criança em sua casa, situada no bairro Pedra 90, em Cuiabá.
Ela contou que a proposta de raptar o bebê foi feita há 40 dias por um homem, que especificou que a criança deveria ter entre um a cinco meses. A polícia diz já ter informações de quem seja o suspeito.
A sequestradora relatou que avistou o bebê com a mãe na praça Maria Taquara e que, após puxar conversa, pegaram um ônibus, com destino ao Pedra 90, juntas. No caminho, Jucione inventou que teve um aborto e que, para não perder a pensão, precisava “alugar” uma criança. Assim, o ex-marido chegaria de viagem e não perceberia.
Jucione disse que aproveitou para fugir com a criança num momento de distração da adolescente: ela teria deixado o bebê sob os cuidados da mulher para comprar um guarda-chuva, pois chovia na ocasião.
A suspeita deve ser indiciada pelos crimes de sequestro, cárcere privado e envio de criança e/ou adolescente para o exterior com o objetivo de obter lucro.
Paccola tem dez dias para concluir o inquérito.
Comentários