Kleber Azevedo dos Santos disse que marido de Ângela, Damião Francisco Resende, pediu ajuda para contratar os executores do crime
Acusado opta pordelação
Apontado como intermediador da contratação dos assassinos da empresária Ângela Cristina Peixoto, 32 anos, um dos homicídios mais cruéis dos últimos anos, ocorrido em novembro de 2011, o operador de máquinas pesadas Kleber Azevedo dos Santos apelou para a delação premiada.
Kleber, assim como os executores Maycon José Cardoso Nogueira, de 24 anos, e Daniel Paredes Ferreira, de 22 anos, apontaram o marido da vítima, Damião Francisco Resende, de 35 anos, como mandante do crime.
Em audiência na primeira Vara de Violência Doméstica, anteontem, ele disse que Damião, que é seu compadre, pediu para lhe apresentar “duas pessoas de rocha para fazer um serviço”. Ele alegou que não sabia qual seria a tarefa, chegando a pensar que se tratava de cobrança de cheques.
Ângela Cristina foi morta em casa, com 24 facadas, num crime simulado como assalto. Dias depois a polícia apurou que Damião, que também estava na casa, teria planejado o crime e entregue o controle remoto do portão para permitir o acesso dos criminosos. Também teria participação direta, desferindo as primeiras duas facadas na vítima.
Maycon e Daniel também recorreram à delação premiada que, se aceita, poderia reduzir a pena entre um a dois terços. Todos os envolvidos nesse caso estão denunciados por homicídio triplamente qualificado e podem ser levados à julgamento popular.
O assistente de acusação, Luciano Augusto Neves, advogado contratado pela família de Ângela para atuar em conjunto com o Ministério Público, explica que nesse caso somente os jurados poderão decidir se acatam ou não o pedido de delação premiada.
Luciano Neves diz que mesmo sem a confissão dos réus haveria elementos suficientes para apontar Damião como mandante. Como exemplo, cita a testemunha que o viu entregando o controle e o endereço de casa para um dos assassinos.
Conforme Luciano, o entendimento é que Damião tenha planejado a morte da mulher por ela ter descoberto o suposto envolvimento dele por tráfico de drogas. Na casa de Maycon, no Grande Terceiro, a polícia apreendeu 15 quilos de cocaína.
Com essa audiência está sendo concluída a fase das alegações finais, quando as partes envolvidas apresentam os argumentos finais, antes de os acusados serem pronunciados ou não a júri popular. A reportagem tentou contato com o advogado de Damião, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
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