Advogado diz ter "informação" de que criança não é filha do goleiro. Segunda Turma do STF decidiu nesta terça manter prisão do ex-jogador.
Defesa vai pedir DNA de filho do goleiro Bruno
Bruno foi condenado em março pela morte da ex-amante Eliza Samúdio em 2010. Segundo a Justiça, o crime ocorreu porque o então jogador não queria reconhecer a paternidade de Bruninho. Em julho do ano passado, ele reconheceu a paternidade na Justiça, mesmo sem ter, segundo o advogado, se submetido ao exame de DNA.
De acordo com Lúcio Adolfo da Silva, o pedido será enviado nesta semana à Vara de Família do Rio que trata do processo de pensão de Bruninho.
"Existe uma informação de que a criança não é filha de Bruno. Vou dizer [no pedido] que o Bruno tomou conhecimento através de amigos, de outras pessoas de que ele não é o pai do menino", argumentou o defensor após julgamento da Segunda Turma do tribunal que manteve a prisão ao goleiro.
O goleiro Bruno foi condenado por júri popular em Contagem (MG) a 22 anos e 3 meses em regime fechado (em prisão de segurança média ou máxima) pelo assassinato e ocultação de cadáver de Eliza e também pelo sequestro e cárcere privado do filho Bruninho. Ele está preso desde julho de 2010 na Penitenciária Nelson Hungria.
O advogado afirmou ainda que a própria defesa pode pagar o exame, que pode ficar pronto em, no máximo, dois meses. Segundo ele, caso se verifique que a criança não é filha de Bruno, as penas do goleiro podem ser reduzidas.
"Só para tirar a dúvida, eu pago o [exame do] DNA. [...] No crime, acho que não [terá uma reviravolta], mas na sentença, sim. Levou-se muito em consideração na hora de dar sentença o motivo. E se esse motivo for para o brejo? Se você descobre que o filho não é do Bruno, o que se pode pensar da Eliza? Que ela o induziu a erro, que ela o estava extorquindo."
Prisão domiciliar
Lúcio Adolfo da Silva informou que, mesmo após a decisão do Supremo negando liberdade a Bruno, ele deverá entrar com novo pedido na Suprema Corte para que seja analisada a possibilidade de prisão domiciliar. Ainda não há prazo para isso.
Ele chegou a fazer o pedido durante julgamento de habeas corpus no Supremo, mas não foi analisado porque não fazia parte da ação.
Na tribuna, o advogado argumentou que Bruno poderia voltar a jogar caso recebesse prisão domiciliar.
"É paciente primário, tem bons antecedentes, não se trata de um bandido, é pessoa com trabalho lícito e que apresentou seu passaporte. [...] Prisão de Bruno com 28 anos, goleiro de futebol, que foi do Flamengo, não detém nada de provisória, é definitiva. A juventude dele vai se esvair na provisoriedade da decisão. Daqui a três anos, acabou a oportunidade de ele exercer sua habilidade profissional e manter o sustento de seus filhos e, inclusive, entre eles, um filho com a pretensa vítima."
Os quatro ministros do Supremo que analisaram o pedido de liberdade entenderam que os crimes atribuídos a Bruno são graves, o que justifica a manutenção da prisão.
O relator do processo, ministro Teori Zavascki, afirmou que a prisão foi decretada mediante a "periculosidade concreta" do acusado e não em razão da repercussão midiática do caso.
"Mediante homicídio com ocultação de cadáver, ultrapassando os limites da crueldade", completou. Teori Zavascki foi acompanhado pelos ministros Gilmar Mendes, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski.
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