ONU acusa governo e rebeldes sírios de recrutarem crianças para guerra
Militares e rebeldes sírios estão recrutando crianças para a guerra civil no país e algumas foram torturadas pelas forças oficiais por terem ligação com a oposição, segundo relatório divulgado nesta quarta-feira pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon. A ONU considera criança qualquer pessoa menor de 18 anos.
Em dezembro, a representante especial de Ban para crianças em conflitos armados, Leila Zerroughi, visitou a Síria e disse que milhares de menores de idade já haviam sido mortos no conflito e que milhares de outros haviam tido familiares mortos ou feridos.
O relatório diz ainda que crianças e adolescentes são recrutados, mortos, mutilados ou estuprados por forças governamentais e grupos armados no Afeganistão, Chade, República Democrática do Congo, Somália, Sudão, Sudão do Sul e Iêmen, e também por grupos armados no Mali, Colômbia, Filipinas, Mianmar, Iraque e República Centro-Africana.
Ban disse que, na Síria, existe uma preocupante tendência envolvendo torturas e maus tratos a menores supostamente associados à oposição.
"Houve vários relatos de violência sexual contra meninos para obter informações ou confissões por parte de forças estatais, mas não exclusivamente por membros dos serviços estatais de inteligência e das Forças Armadas sírias", disse o relatório.
"Detentos infantis, em grande parte meninos com idades a partir de 14 anos, sofreram métodos similares ou idênticos de torturas que os adultos, incluindo choques elétricos, surras, posições forçadas e ameaças e atos de natureza sexual."
Grupos armados de oposição, incluindo o Exército Sírio Livre, também foram acusados de usar crianças, geralmente com idades entre 15 e 17 anos, tanto em combate como em funções de apoio, tais como transportar alimentos e água e carregar armas com cartuchos, disse o relatório.
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