Inquérito que apura assassinato de juíza é entregue à Justiça
A Polícia Judiciária Civil concluiu as investigações do assassinato da juíza Glauciane Chaves de Melo, 42 anos, ocorrido no dia 7 de maio deste ano, dentro do Fórum da Comarca de Alto Taquari (479 km ao deCuiabá). O inquérito policial foi encaminhado ao Fórum da comarca no final da tarde de quarta-feira (12).
O ex-marido da juíza, Evanderly de Oliveira Lima, 43, identificado como o autor dos dois disparos que atingiram a magistrada na região da nuca foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, motivo torpe, com recursos que dificulte ou torne impossível à defesa da vítima.
Evanderly é natural da cidade de Contagem, Minas Gerais, e foi preso na segunda-feira (10), durante operação que mobilizou policiais civis e militares da cidade e região. Ele foi localizado em uma região de mata, na zona rural da cidade de Alto Taquari.
O delegado responsável pelo caso, João Ferreira Borges Filho, acredita que o ex-marido premeditou a morte da magistrada, pois, mesmo negando, a investigação confirmou que arma usada no crime, um revólver calibre 38, foi adquirida depois da separação do casal. “No meu entendimento houve premeditação. Isso é um agravante no processo”, frisou o delegado, segundo informações da assessoria.
No inquérito foram ouvidas 10 pessoas, entre funcionários do Fórum, policiais que efetuaram a prisão, amigos próximos à juíza e uma pessoa que teria sido procurada pelo suspeito para comprar a arma.
Evanderly de Oliveira Lima foi interrogado logo após ser preso e se reservou no direito de permanecer calado e somente falar em juízo. Mas durante a reconstituição de local de crime, feita a pedido do Ministério Público, o suspeito acabou revelando alguns detalhes do crime ao delegado Arnaldo Agostinho Sottani, responsável pelo trabalho acompanhado da perícia técnica.
Durante a reconstituição, o suspeito disse informalmente ao delegado Arnaldo Agostinho Sottani, que na manhã de sexta-feira (7) que foi até o Fórum para conversar com a magistrada, pois não concordava com a separação e que desejava retomar o casamento.
Conforme o delegado, mesmo não confessando formalmente durante interrogatório, o preso acabou relatando na reconstituição de local de crime, que já estava saindo do gabinete quando a juíza veio atrás e aí sacou a arma e efetuou dois disparos que atingiram a nuca da magistrada.
“Ao que tudo indica ele sacou a arma e a juíza foi se esconder atrás da mesa”, completou o delegado, que informou ainda que o corpo da magistrada foi encontrado próximo a mesa de trabalho. “Mas isso será melhor explicado ela perícia”, complementou.
De acordo com o delegado, Evanderli de Oliveira Lima foi Bombeiro Militar em Minas Gerais, tem curso de socorrista e treinamento de sobrevivência na mata, por isso tinha condições de permanecer escondido por todos esses dias.
O preso está recolhido no anexo II, da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá.
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