Após confrontos, 23 cidades agendam protestos para próxima semana
Depois dos protestos populares registrados em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre nesta quinta-feira, com a adesão de milhares de pessoas, outras 23 manifestações, em cidades diferentes, foram marcadas, em 14 Estados.
.infographic-accessibility{width:619px;height:180px;scrolling:no;frameborder:0;}
Pelo Facebook, manifestantes já têm agendado para a próxima semana protestos em Florianópolis, Joinville (SC), Brasília, Viçosa (MG), Juiz de Fora (MG), Uberlândia (MG), Manaus, Natal, São Paulo, Santos (SP), Bauru (SP), Piracicaba (SP), Porto Alegre, Belém, Santarém (PA), João Pessoa (PB), Foz do Iguaçu (PR), São Luís, Belo Horizonte, Goiânia, Duque de Caxias (RJ), Recife e Curitiba.
A grande maioria dos protestos tem como principal reivindicação a melhoria e o reajuste na passagem do transporte público trens, no que os manifestantes chamam de ato nacional.
Em outras cidades, além do apoio às manifestações pelo melhoria no transporte público, os manifestantes pretendem lutar por outras reivindicações. Em Curitiba, a descrição do protesto afirma que o ato buscará “provar ao poder público que estamos de olho e mais do que isso, queremos juntos construir uma cidade melhor”.
Em Juiz de Fora, os responsáveis por organizar o evento afirmam querer mostrar “aos governantes que não é só por causa de R$ 0,20 que o brasileiro está revoltado, isto foi apenas um estopim”. Em Viçosa, o protesto ocorrerá para cobrar medidas em prol da educação.
Em Foz do Iguaçu, os organizadores definiram o ato como uma manifestação pelo direito. “Isso não é sobre aumentos, é sobre liberdade, direitos, sobre cidadania”, diz a descrição do evento.
Cenas de guerra nos protestos em SP
A cidade de São Paulo enfrenta protestos contra o aumento na tarifa do transporte público desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões e ruas do centro se transformaram em verdadeiros cenários de guerra. Enquanto policiais usavam bombas e tiros de bala de borracha, manifestantes respondiam com pedras e rojões.
Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão opressiva da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos.
Segundo a administração pública, em quatro dias de manifestações mais de 250 pessoas foram presas, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. No dia 13 de junho, vários jornalistas que cobriam o protesto foram detidos, ameaçados ou agredidos.
As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011.
Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40. "O reajuste abaixo da inflação é um esforço da prefeitura para não onerar em excesso os passageiros", disse em nota.
Haddad, havia declarado que o reajuste poderia ser menor caso o Congresso aprovasse a desoneração do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para o transporte público. A proposta foi aprovada, mas não houve manifestação da administração municipal sobre redução das tarifas.
Comentários