Família de Cuiabá integrava quadrilha de roubos a bancos usando guarda-chuvas
Delegado da GCCO, Flávio Stringueta confirmou que o bando invadiu 8 bancos em Mato Grosso
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Mais de 10 integrantes de uma quadrilha que atuava em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Paraná assaltando bancos utilizando uma tática bastante peculiar, usavando guarda-sol preto para se esconder das câmeras de vigilância, foram presos nesta sexta-feira (14). Cinco deles moravam em Cuiabá, local de onde articulavam roubos aos bancos em várias localidades, sempre praticados aos finais de semana quando o movimento nas agências é reduzido e no período noturno. De acordo com a Polícia Civil mato-grossense, trata-se de 5 integrantes de uma única família, sendo 4 irmãos e uma esposa de um dos criminosos.
Os irmãos Jonas de Oliveira, Josias de Oliveira, Marilene de Oliveira e Joel de Oliveira, que é cadeirante, foram presos pelo Garras em Campo Grande (MS) e a mulher de Joel, Adriana Aparecida Miranda, no Estado do Paraná. De acordo com as investigações, conduzidas pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Polícia Civil de Mato Grosso em parceria com o Grupo Armado de Repressão a Roubos, Assaltos e Sequestros (Garras), da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, a modalidade de roubo usada pelos bandidos vinha se fortalecendo em vários estados brasileiros.
Segundo as investigações, o grupo usava guarda-sol preto para se esconder das câmeras de vigilância e driblar o sensor de presença das agências bancárias, invadidas. Os ladrões quebravam as paredes a marretadas e abriam o cofre com maçarico ou outras ferramentas como furadeiras de alta pressão. As buscas foram realizadas na residência da quadrilha, localizada em uma chácara na estrada do Distrito de Nossa Senhora da Guia, em Cuiabá, mas o grupo acabou preso em Mato Grosso do Sul. Os nomes dos outros 5 presos de outros estados não foram divulgados pela Polícia de Mato Grosso.
Os assaltantes mato-grossenses foram descobertos quando a Polícia sul-matogrossense encontrou um comprovante de uma loja de departamentos que relacionava a compra de guarda-sol, chaves de fendas e uma furadeira de pressão. O ticket foi deixado pelo grupo no furto da agência bancária de Alvorada do Sul (MS) de onde levaram R$ 70 mil. Os produtos foram pagos em cartão de crédito de Joel de Oliveira, o cadeirante, e que havia emprestado o cartão para os irmãos. Imagens das câmeras de segurança da loja também confirmaram que a esposa de Joel, Adriana Aparecida, também estava no mercado no dia da compra.
Delegado chefe da Gerência de Combate ao Crime Organizado, Flávio Henrique Stringueta confirmou invasões em 8 agências bancárias de Mato Grosso, das quais em 4 os furtos foram consumados e outras 4 ficaram na tentativa. Em Cuiabá o grupo atacou agências do Banco do Brasil da Avenida da Feb, em Várzea Grande, Prainha e Fernando CorrEa da Costa. Na agência do município de Nova Olímpia a quadrilha furtou R$ 120 mil e Rosário Oeste levou R$ 35 mil. "Começamos a observar essa ação em janeiro deste ano. É uma quadrilha com raízes aqui que atua em outros estados", destacou Stringueta.
Para o delegado a modalidade criminosa é diferenciada, mas gera lucro tão ou maior que as ações do novo cangaço. "É um crime cuja pena é inferior ao "novo cangaço", que oferece menos risco a quadrilha, que se presa permanece por um tempo reduzido na cadeia", observou o delegado. Conforme Stringueta, e quadrilha era investigada pelo GCCO, em arrombamentos de caixas eletrônicos, no entanto foi a partir de informações do Garras de Mato Grosso do Sul, que foram identificados nos furtos as agências com o uso do guarda-sol. "Eles estavam com as investigações mais avançadas e nos auxiliaram aqui", disse.
Em Mato Grosso do Sul a quadrilha furtou agências de Campo Grande e Alvorada do Sul. Em um dos furtos um integrante deixou uma impressão digital que foi possível chegar a Sérgio Antunes, natural de Maringá, no estado do Paraná, e que já havia sido preso em Cafelândia (PR), por furto em banco praticado como o mesmo "modus operandis". Na ocasião, a Polícia do Paraná prendeu 13 membros do grupo criminoso. As investigações prosseguem para tentar identificar outros membros do bando. (As informações são da PJC)
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