Mulheres que contraíram uma infecção durante tratamento para eliminar gordura à base de enzimas, em uma clínica de estética em Cuiabá, reclamam que estão sem receber o atendimento no Hospital Metropolitano de Várzea Grande, na região metropolitana da capital. Muitas precisam passar por novas cirurgias para a retirada de nódulos causados por uma micobactéria e que voltaram a aparecer, mesmo após o tratamento feito na unidade hospitalar.
Quase 60 mulheres foram contaminadas após aplicações no abdômen e nas costas, sendo que a metade teve que passar por procedimento cirúrgico pela complexidade do caso. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde (SES), o tratamento deixou de ser realizado pelo Hospital Metropolitano porque o governo não renovou o contrato.
Devido à gravidade, os procedimentos cirúrgicos, assim como o tratamento nas pacientes eram feitos, desde o último ano, pelo Centro Estadual de Referência de Média e Alta Complexidade do Estado (Cermac), do Metropolitano. Porém, a secretaria informou que avaliando a possibilidade de renovar o contrato e também estudando outra forma de realizar o atendimento às vítimas.
Uma paciente que prefere não se identificar contou à reportagem do G1 que já retirou oito nódulos que apareceram após a aplicação das enzimas. Mas, segundo ela, três nódulos voltaram a aparecer no corpo este ano e será necessário passar por cirurgia. “Fui ao hospital e me falaram que não estavam atendendo mais. Estou com muita dor e não sei o que fazer”, frisou.
Ela relatou que realizou o tratamento durante oito meses e diversos hematomas estão espalhados na região abdominal e nas costas. A SES informou que apesar de não ter feito a renovação do contrato com o hospital, o medicamento usado pelas pacientes durante o tratamento podem ser adquiridos normalmente pelo SUS.
Interdição
A clínica de estética foi parcialmente interditada pela Vigilância Sanitária no dia 9 de julho de 2012 quando as pacientes começaram a denunciar os problemas. O Centro de Referência começou a atender pacientes em situação mais grave desde o dia 13 de julho, após aval do próprio governo estadual. Conforme a secretaria, elas deveriam receber tratamento de um médico infectologista pelo período de seis meses por conta das feridas e acompanhamento clínico por dois anos.
Um laudo assinado por um médico infectologista confirmou a causa da reação nas pacientes devido a uma micobactéria que se espalha rapidamente pelo organismo. Relatou ainda que infecção pode ter sido causada pela falta de esterilização dos materiais.
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