Moradores de assentamentos rurais da região norte de Mato Grosso, ligados ao Movimento Sem-Terra (MST), bloquearam os dois sentidos da BR-163, entre Sinop e Itaúba, a 503 e 599 quilômetros de Cuiabá, nesta terça-feira (18). Eles cobram a regularização de seis assentamentos localizados nos municípios de Cláudia e União do Sul, a 608 e 689 km da capital. Mais de 300 manifestantes participam do protesto, de acordo com o coordenador do movimento, Marciano da Silva.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que está no local para tentar orientar os motoristas sobre o bloqueio. Até as 10h15 (horário de Mato Grosso) desta terça-feira o congestionamento era de aproximadamente 10 quilômetros por conta do protesto. Ao G1 a assessoria da Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) informou não ter recebido nenhum comunicado oficial acerca do protesto e, por isso, a instituição ainda não iria se manifestar, por enquanto.
Só está sendo permitida a passagem de ambulâncias pelo local. "Iremos encerrar o protesto só depois que uma equipe de Brasília (governo federal) resolver o problema da regularização desses assentamentos", disse o coordenador. Ele reclamou que uma usina hidrelétrica está sendo construída na região e deve atingir pelo menos 100 famílias. "Queremos uma audiência com o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para discutir sobre essa questão", cobrou.
Esses moradores que seriam prejudicados com a construção da usina no Rio Teles Pires são do assentamento 12 de Outubro, que fica em Cláudia. Com a barragem, a área deve ser alagada. Segundo Marciano, as famílias estão no local há sete anos e precisam ter garantia de que irão permanecer no local. "Precisamos ter a garantia por meio de documento e não só por "palavras"", defendeu.
Os manifestantes também reclamam que o governo federal concedeu a terra, mas não deu nenhuma estrutura, como, por exemplo, para a construção de casas. Eles cobram a regularização de assentamentos nos municípios de Sinop, Cláudia e União do Sul. O bloqueio ocorre por tempo indeterminado.
No ano passado, os assentados também interditaram a rodovia para cobrar a regularização dos assentamentos.
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