Preso na manhã desta 6ª, o piloto foi interrogado na sede da PF em Cuiabá. Boliviano de 20 anos de idade descarregou droga na região do Pantanal.
Piloto boliviano que transportou 400 kg de droga para MT se cala na PF
Preso por participação no descarregamento de mais de 400 kg de droga no Pantanal mato-grossense na última quarta-feira (3), o boliviano Fernando Cruz, de 20 anos de idade, preferiu permanecer calado perante o delegado da Polícia Federal (PF) que o interrogou ao longo da tarde desta sexta-feira, em Cuiabá, a respeito do esquema de narcotráfico internacional operado na região. Segundo seu advogado, o piloto só deverá falar em juízo.
Natural de Santa Cruz de la Sierra,o rapaz foi preso na manhã desta sexta-feira nas proximidades da pista de pouso utilizada pela quadrilha para descarregar a droga na última quarta-feira, dentro da área de uma pousada no município de Poconé, a 104 km de Cuiabá.
No momento do descarregamento da aeronave portando entorpecentes, e pilotada por Cruz, nesse local se desenrolou a ação entre agentes da PF e os traficantes, dos quais dois acabaram morrendo.
Um terceiro, funcionário da pousada onde se localiza a pista, foi preso. Cruz era o último dos envolvidos no episódio a ser procurado pela polícia.
De acordo com o advogado que se apresentou na sede da Superintendência da PF para prestar a defesa do piloto, Neyman Monteiro, o boliviano se mostrou apreensivo perante os policiais durante o interrogatório, temendo pela própria vida - após o depoimento, a PF o destinou à Penitenciária Central do Estado (antigo presídio do Pascoal Ramos, em Cuiabá).
Com marcas de arranhões decorrentes da fuga pela mata próxima à pista de pouso, ele preferiu se manter calado diante das perguntas da PF, mas acabou afirmando que o episódio de quarta-feira foi a primeira vez em que pilotou uma aeronave carregada com droga - no caso, cocaína e pasta-base. À PF, Cruz também não apresentou brevê ou qualquer documento que comprove estar apto a pilotar aeronaves.
Monteiro explicou que as características do crime cometido e as circunstâncias da prisão por enquanto não possibilitam qualquer tipo de medida em favor do boliviano.
Ainda de acordo com o advogado, órgãos do serviço exterior da Bolívia no Brasil e o próprio Itamaraty já estão informados a respeito da prisão do boliviano. A comunicação é necessária neste tipo de situação visto que, caso condenado por tráfico internacional de drogas e associação ao tráfico (embora o indiciamento por associação não seja ainda uma certeza), Cruz deverá cumprir parte da pena no Brasil (dois quintos) e depois ser levado a seu país de origem.
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