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Cidades
Segunda - 08 de Julho de 2013 às 18:35

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O Sindicato das Empresas e Estabelecimentos de Saúde (Sindessmat) informou nesta segunda-feira (8) que cirurgias foram canceladas em Cuiabá por causa do baixo número de profissionais de enfermagem. Em entrevista coletiva, o presidente do sindicato José Ricardo de Mello afirmou que a situação pode se agravar caso o número mínimo de enfermeiros e técnicos trabalhando durante a greve - iniciada no dia 1° - seja mantido em apenas 50% nas UTIs e 30% nos demais setores dos hospitais particulares da capital. Para o presidente, estes percentuais estariam gerando caos nas unidades de saúde.

Segundo o presidente, para se adequar a esse número as instituições já consideram diminuir o atendimento no pronto socorro, transferir pacientes para a rede pública e recusar novas internações. Tudo isso para dar prioridade aos setores de urgência e emergência.

“Os hospitais trabalham de portas abertas. Se a unidade está com 30% do atendimento, não há possibilidade de receber mais pacientes. Por isso digo que é um caos”, analisou. Para ele, o ideal para o período de negociações seria de 70% do efetivo nas UTIs e 50% nos demais setores hospitalares.

"Caos"
Mello informou que no último fim de semana os hospitais particulares da capital e de Rondonópolis (a 218 Km de Cuiabá, onde a greve também está sendo realizada) tiveram dificuldades em atender a demanda de pacientes e três unidades registraram boletins de ocorrência (BO) pois o percentual mínimo de profissionais em serviço não estaria sendo cumprido.

Em um dos boletins, a reclamação reporta necessidade de mais profissionais para atender a demanda. Outro relatou que em um dos plantões durante o fim de semana nenhum técnico de enfermagem compareceu ao trabalho no pronto atendimento de um dos hospitais de Cuiabá. O sindicato vai repassar um relatório ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) sobre os acontecimentos do fim de semana e os BOs.

Ao G1, o Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Mato Grosso (Sinpen) informou que a denúncia do Sindessmat não tem procedência. Segundo o presidente Dejamir Soares, o quadro de trabalhadores que atuam no fim de semana sempre é reduzido em relação aos dias úteis. Ele declarou ainda que o próprio Sinpen vem fiscalizando o cumprimento do percentual mínimo em todos os hospitais e que o sindicato também já registrou pelo menos cinco BOs contra os hospitais.

As queixas seriam sobre ameaças e o não cumprimento do percentual mínimo. “O Sindessmat já sabia que o número de cirurgias e atendimentos seria consequência da greve, mas até agora não se mostrou disposto a negociar e a nos oferecer uma proposta decente”, criticou.

TRT audiência enfermeiros (Foto: Marcos Landim/TVCA)

Sindessmat não compareceu a audiência com
enfermeiros no TRT. (Foto: Marcos Landim/TVCA)

Questão de estratégia
Os profissionais da enfermagem estão em greve desde o dia 1° em protesto por reajuste salarial de enfermeiros e técnicos. Desde o início da greve, trabalhadores e o sindicato patronal têm negociado a pauta de reivindicações; reuniões foram marcadas para tratar do assunto, mas representantes do Sindessmat não compareceram à audiência marcada na sede do TRT em Cuiabá na última sexta-feira (5). Na ocasião, a Justiça reduziu o percentual obrigatório de enfermeiros atendendo nas unidades de saúde durante a greve.

Quanto ao não comparecimento do Sindessmat na audiência com o TRT, o presidente da entidade declarou que a atitude foi tomada por uma questão estratégica. Segundo ele, o sindicato compareceu ao TRT antes da reunião e protocolou sua proposta de aumento salarial em 7%, mas preferiu não participar da reunião com o Sinpen devido ao que chamou de “animosidade” - a qual teria acontecido na reunião de quarta-feira (5), quando os grevistas teriam emitido gritos e vaias durante as negociações.

Até agora a proposta de aumento foi em 7% não pode ser maior, defendeu Mello, porque isso faria os hospitais "fecharem as portas". Além disso, o oferecido é compatível com o aumento em todo o país, mencionou. Ele ainda afirmou que os 21% pedidos pelos enfermeiros é um valor acima do piso nacional; quanto aos técnicos, nos últimos cinco anos houve um reajuste para os profissionais na ordem de 60,64%, informou, enquanto a inflação acumulada no mesmo período foi de 28,22%.





Fonte: Do G1 MT

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