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Segunda - 08 de Julho de 2013 às 22:19

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Agência da Notícia
Prefeito Eduardo Penno conta que se oferecer menos do que R$ 30 mil não consegue médico para trabalhar no município

A escassez de médicos em municípios do interior, problema que atinge milhares de cidades brasileiras também é uma realidade em Mato Grosso. No município de Novo Santo Antônio (1.063 Km a nordeste de Cuiabá) que tem, segundo o censo 2010 do IBGE, 6.042 habitantes, o prefeito Eduardo Penno (PMDB) oferece salário de R$ 30 mil para a única médica da cidade. Ele diz que apesar do valor oferecido, ainda existe dificuldade para atrair profissionais dispostos a mudar para o município. “A gente procura e não acha, se oferecer um salário mais baixo, você não consegue um médico que esteja com intenção de vir para a região”, diz o gestor.

A única médica na cidade no momento é Karine Gonçalves e Silva que recebe R$ 30 mil, R$ 2 mil a mais do que o antigo médico, que segundo o prefeito, recebia R$ 28 mil. Na cidade só existe um posto de saúde, onde a médica que é natural de Goiânia, trabalha há menos de um mês. Antes de mudar para a cidade, ela trabalhava no estado de Rondônia. Os moradores de Novo Santo Antônio elogiam o trabalho da profissional e garantem estar satisfeitos com o atendimento.

Vale ressaltar porém, que a cidade, assim como a maioria dos municípios do interior de Mato Grosso, é carente de infraestrutura e não oferece muitos recursos em termos de equipamentos aos profissionais da medicina para que possam atender a todos os pacientes. Geralmente as unidades só oferecem atendimentos básicos e em casos de procedimentos mais complexos é preciso transferir o paciente para as cidades polos que possuem hospitais regionais mais preparados ou mesmo encaminhar para Cuiabá.

A cidade possui 95% da área composta por assentamentos e a maior parte da população vive da pecuária e do turismo. A grande maioria dos moradores tem renda média de apenas um salário mínimo. Mas o expediente é bastante puxado, pois a médica da cidade precisa trabalhar o dia inteiro no programa Saúde da Família.

Alguns moradores criticam o valor pago à profissional, pois alegam ser uma “fortuna” quando comparado ao salário da grande maioria dos moradores e dos servidores públicos da cidade. Outros, porém, dizem entender, por tratar-se da lei da oferta e da procura. Ou seja, se não tem profissionais dispostos a trabalhar no local, é preciso oferecer mais para assim atrair médicos interessados em mudar para a cidade que é bastante carente de infraestrutura.

O problema da falta de médicos para atender em cidades do interiro atinge todos os estados brasileiros. Recentemente a presidente Dilma Rousseff anunciou que pretende "importar" médicos estrangeiros, principalmente de Cuba para suprir essa demanda, mas a medida foi e continua sendo rechaçada pela classe médica, que por meio dos conselhos regionais de Medicina e Conselho Federal de Medicina fazem campanha contrária à medida.

Sustentam que a presidente não dialogou com a categoria e nem consultou nenhuma entidade antes de anunciar a medida, apontada pelos Conselhos de Medicina como “algo ilegal”. O motivo é que hoje para o médico de outro país para trabalhar no Brasil, ele tem que fazer uma prova, um exame de revalidação do seu diploma e pela medida anunciada pela presidente essa revalidação não seria exigida.

A maior parte dos médicos que tem protestado contra a medida, afirma que o Brasil dispõe de médicos suficientes para atender em cidades do interior, mas o problema é a falta de infraestrutura dos hospitais e unidades médicas dessas cidades que limitam o trabalho dos profissionais por não dispor de equipamentos e nem condições adequadas para eles prestarem atendimentos. Representantes de alguns conselhos tem afirmado à imprensa que o problema da saúde pública brasileira é o subfinanciamento, a gestão ruim e a corrupção. 
 





Fonte: A Gazeta

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