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Segunda - 08 de Julho de 2013 às 22:38

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Reprodução
Vereador e apresentador Adeilson Correa da Silva recebeu voz de prisão após exibir matéria denunciando delegado de usar viatura para fins particulares

Após a exibição de uma matéria na TV Rio Claro, afiliada da Rede Record, denunciando o uso de uma viatura da Polícia Civil de São José do Rio Claro (315 Km a médio-norte de Cuiabá) para fins particulares, o delegado de Henrique Hoffman Monteiro de Castro mandou prender o vereador e apresentador Adeilson Correa da Silva (PTB), na tarde desta segunda-feira (08) sob acusação de crimes de calúnia e difamação qualificadas. A defesa do parlamentar diz que a prisão foi feita arbitrariamente. O alvo da denúncia contida na matéria é o próprio delegado Henrique Hoffman que é acusado de usar uma viatura da Polícia Civil para se deslocar até o município de Diamantino (cidade situada a mais de 100 Km de São José do Rio Claro, onde ele leciona aulas de Direitos Humanos em uma faculdade particular.

O apresentador recebeu voz de prisão dentro da sede da TV pelo próprio delegado Henrique que acompanhado de outros 2 investigadores conduziu o acusado para a delegacia. A advogada do apresentador, Leina Maria Lemes da Silva, que o acompanhava durante esta tarde na delegacia onde ele ainda aguardava para ser ouvido, disse ao Gazeta Digital que ele foi preso porque “exibiu no Programa Cadeia Neles uma matéria onde o delegado fazia uso de um carro público para fins participares”. Ela afirma ainda que a prisão foi arbitrária e por isso aguardava a formalização da acusação através do boletim de ocorrência que ainda era confeccionado para só então adotar as providências cabíveis. Garantiu porém, que já iria pedir o relaxamento da prisão e acreditava que provavelmente seria arbitrada fiança no caso.

A matéria foi exibida no programa jornalístico Cadeia Neles apresentado por Adeilson Correa e mostrou a viatura policial estacionada nas dependências da faculdade e também o delegado saindo no veículo. A denúncia, segundo a advogada do apresentador, partiu de um jornalista de Diamantino e a TV Rio Claro resolveu investigar e “confirmou o fato” ao registrar imagens da viatura na faculdade. “A denúncia não é infundada porque a matéria comprovou com fotos e imagens a viatura parada na faculdade da cidade que fica a 120 Km de distância de São José do Rio Claro”, ressalta a advogada informando que após a lavratura do boletim de ocorrência e seu cliente ser ouvido, ela iria traçar a linha de defesa e se pronunciar com mais detalhes sobre o caso. Ela garante ainda que enquanto apresentador ele sempre concede direito de resposta a qualquer pessoa se sente ofendida com exibição de matérias.

Versão do delegado

Por telefone, o delegado Henrique Hoffman conversou com a reportagem e confirmou a prisão em flagrante porque segundo ele, ficou comprovado as “acusações infundadas” contra ele e contra outro policial civil. Questionado sobre o fato de existir imagens da viatura na faculdade em Diamantino, ele justificou afirmando que não a usou exclusivamente para ir até a instituição onde leciona todas às sextas-feiras. “Não existem provas de qualquer crime e sim de que a viatura estava lá na faculdade. Não nego que o fato porque já prestei informações ao Ministério Público sobre isso e a promotoria de Justiça da cidade ficou satisfeita com minhas explicações. Acredito que o caso será arquivado porque até o momento não foi ajuizada qualquer ação contra mim para investigar o caso”, disse ele. De acordo com Hoffman, a delegacia de São José de Rio Claro é subordinada à Delegacia Regional de Diamantino o que exige que ele, semanalmente, se desloque até o município vizinho para fins de trabalho policial.

Acrescenta que a faculdade fica no caminho de volta e por isso “aproveita” e na volta para na faculdade para lecionar suas aulas. Ele garante que o fato já foi esclarecido ao Ministério Público recentemente após o órgão ter recebido uma denúncia anônima e chamá-lo para se explicar. Disse ainda que não para com o veículo oficial todas as sextas-feiras, como denunciado pelo apresentador. “Teve algumas sextas que eu faltei e portando não procede as acusações dele de que toda sexta eu uso a viatura para ir até a faculdade.

O delegado disse ainda que esta não é a primeira vez que o vereador e apresentador faz “denúncias infundadas contra ele”. Acredita que isso se deve ao fato de o parlamentar ser investigado em diversos inquéritos policiais na cidade. “Ele é investigado por diversos crimes, entre eles falsidade ideológica, violação de sigilo, falsificação de documento público, calúnia e ameaça. Existem 6 inquéritos que eu presido movidos por diversas vítimas contra o Adeilson Correa da Silva, mas acho que ele não aceitou bem a situação de ser investigado. Já tem inclusive condenação contra ele por crime de peculato e apropriação indébita. Basta consultar no site do Tribunal de Justiça e você vai ver os processos em que ele já foi condenado”, rebate Hoffman.

Para o delegado, houve sim a necessidade da prisão em flagrante, porque não era evidente a prática de um crime conforme denunciado pelo apresentador. Ele sabia que era falsa a acusação e mesmo assim agiu na função de investigar, acusar e me julgar”. Ressaltou que apesar de ter acompanhado a situação, não participou diretamente da prisão. Informou ainda que relatou sobre o fato para o delegado regional de Dimamantino que deveria se deslocar até São José do Rio Claro para ouvir o vereador. “Ele tem total liberdade para avaliar se cabe ou não a prisão em flagrante, mas tudo indica que sim. Ressalto que não vou presidir o caso, porque eu fui a vítima e não posso investigar”. Ele confirmou que cabe fiança para os crimes que pesam contra o apresentador.





Fonte: A Gazeta

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