Silval Barbosa voltou a criticar ação da Funai em Mato Grosso e se disse temeroso quanto à possibilidade de o Estado perder mais municípios
Futuras demarcações preocupam governo
O governador Silval Barbosa (PMDB) voltou a criticar a atuação da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Mato Grosso. A preocupação do peemedebista é quanto às próximas demarcações de terras indígenas que ainda podem ocorrer no Estado.
“A Funai não pode fazer com o nosso Estado o que está fazendo, a exemplo de Apiacás e de Poxoréu. Daqui uns dias, corremos o risco de perder aquele distrito porque a Funai tem mais poder que o ministério ao qual é subordinada, que é o Ministério da Justiça”, reclama.
A referência de Silval é à demarcação do Parque Nacional do Juruena, instituído por portaria do Ministério da Justiça que determina a remoção de mais de 300 famílias que residem no local, hoje reconhecido como o município de Apiacás (distante 950 quilômetros de Cuiabá).
A ação da Funai na área foi motivo de protestos na semana passada, quando produtores rurais e madeireiros bloquearam a rodovia MT-206 por dois dias.
Silval também cita como exemplo de prejuízo para Mato Grosso a recente ação de desintrusão da gleba Suiá Missú, em dezembro de 2012, na região de Alto Boa Vista (distante 1.060 km da Capital), que acabou perdendo o distrito de Posto da Mata.
“A presidente da República (Dilma Rousseff – PT) viu o que fizeram aqui em Alto Boa Vista. Esse tipo de coisa não dá para aceitar”, enfatiza Silval.
O governador afirma que ações do governo do Estado para a pavimentação de estradas que passam dentro de territórios indígenas já foram impedidas pela Funai. Ele cita o caso da BR-158 que, segundo ele, está há 35 anos sendo utilizada sem asfalto.
“Foi implantada em estrada de chão e, na hora de pavimentar, disseram que não pode asfalto ali, tem que dar a volta. Isso é um absurdo. É ridículo!”, disparou o peemedebista.
LICENÇA AMBIENTAL – Silval também alerta sobre a fiscalização ambiental feita pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em parceria com o Instituto Chico Mendes (CMBIL).
O governador afirma que o órgão tem colocado empecilhos na instalação de empresas e até na duplicação de estradas. A duplicação da rodovia que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães foi paralisada por interferência do Instituto.
Segundo o governador, os recursos do Ministério do Turismo para a obra já estão disponíveis, no entanto, ela chegou apenas até uma parte do trajeto – as proximidades do trevo que leva ao lago do Manso – porque o Ministério Público requereu a interdição do empreendimento após denúncia do CMBIL.
“Disseram que não pode porque tem que preservar o meio ambiente. Todo ano queima esse parque. Toda semana, todo mês, morrem pessoas ali e acham que é mais importante não deixar a duplicação passar e deixar isso acontecer”, criticou.
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