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Política
Terça - 09 de Julho de 2013 às 13:56

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O vereador Ricardo Saad (PSDB) usou a tribuna da Câmara de Cuiabá nesta terça-feira (09) para rebater as críticas feitas pelo prefeito Mauro Mendes (PSB) sobre as denúncias que foram apresentadas nas últimas semanas. O parlamentar afirmou, inclusive, que chegou a ser ameaçado por conta de sua postura como vereador de oposição.

“Fazendo isso, eu acredito estar ajudando quem esta administrando a Prefeitura, ou pelo menos, estou mostrando para o povo para onde está indo o dinheiro deles. Isso é uma das funções do vereador. Eu não tenho patrão, faço o que a minha consciência mandar. Fui eleito para representar o povo, fui eleito por conta dos 29 anos de serviço prestado. Recebi ligações tentando me intimidar, mas não tenho medo de ameaças nem perseguição, vou continuar lutando em defesa do povo”, frisou.
A forma com que vem exercendo o seu mandato foi motivo de elogio por parte dos demais parlamentares. Para o vereador Toninho de Souza (PSD), as declarações do chefe do Executivo Municipal demonstram incomodo e temor.

“O senhor foi uma das surpresas positivas deste parlamento. Tem realizado um ótimo trabalho e esta sendo reconhecido por isso. Se falam de Vossa Excelência é porque estão incomodados com o excelente trabalho que vem desempenhando. Conte com o nosso a poio”, disparou o social democrata.
Outo vereador que fez questão de ressaltar a postura do tucano foi o vice-presidente, Onofre Junior (PSB). “São de vereadores como o senhor que a nossa cidade precisa, que se preocupa com a aplicação do dinheiro público e com o povo cuiabano”.

Desta forma, Saad aproveitou a oportunidade para tornar pública mais uma denúncia na área de saúde. Trata-se de maus tratos por parte da empresa Integral Segurança, contrata pela Prefeitura para atuar no Pronto Socorro de Cuiabá, contra uma servidora da própria unidade de saúde.
“Ela foi agredida mais de uma vez, foi reclamar com a diretoria do PS, que fez pouco caso e ameaçou fechar o setor que ela trabalha se não parasse de reclamar. Com isso, a servidora optou por registrar um boletim de ocorrência para garantir sua integridade física no seu próprio local de trabalho. Isso é um absurdo. Esta empresa não pode atuar dessa forma. Nós vereadores, já tivemos a oportunidade de ver como isso funciona lá, também fomos agredidos quando fomos fazer uma visita, o prefeito precisa tomar uma providência quanto a isso”, pontua.

INDICAÇÕES – Saad ainda pediu mais empenho por parte do secretário de Obras, Marcelo Padeiro para com as indicações. “Faz 6 meses que estou pedindo 2 quebra-molas na Avenida São Sebastião e nada. A Prefeitura anuncia que vai fazer 700Km de asfalto e não tem coragem de fazer dois quebra-molas apenas. Será que isso é intriga por que sou da oposição?”, questiona.
PROJETOS – O parlamentar também teve três projetos de sua autoria aprovado durante a sessão plenária de hoje (09). Trata-se do acesso preferencial aos idosos, portadores de deficiência, gestantes, lactantes e pessoas acompanhadas por crianças em eventos culturais; da utilização de pulseira com sensor eletrônico sonoro para identificação e segurança de recém-nascido e o projeto que institui a semana municipal de apoio a mulher vítimas de câncer de mama.
 
Segue a baixo o discurso feito pelo vereador Ricardo Saad (PSDB) durante a sessão plenária de hoje (09):
 
Bom dia a todos, senhor presidente, secretários, nobres pares, imprensa e servidores desta Casa.
Hoje é um dia de muita tristeza para mim...
No decorrer das últimas semanas, fiz várias denúncias com relação à secretaria de Saúde do município, onde foram apontadas diversas irregularidades. Como:
- Nepotismo por parte do secretário da pasta;
- Contratação de empresa sem licitação para atuar no Pronto Socorro;
- Compra de medicamentos com preços acima do de mercado, mesmo tendo um pregão em aberto para aquisição dos mesmos;
- empresa de informática paga de forma irregularmente;
- comissionados contratados para atuar na Secretaria de Saúde, locados em outras pastas e não cumprindo a carga horária determinada para um DAS3;
- contratação de empresa fantasma para realizar a reforma do Pronto Socorro, entre outras.
Gostaria de frisar que nenhum desses apontamentos são infundados. Há documentos que comprovam todos os fatos que aqui foram narrados, tanto que o próprio Executivo reconheceu ao exonerar as pessoas ligadas ao secretário de saúde.
Essas denúncias chegaram ao meu conhecimento por meio de pessoas que trabalham na própria secretaria de Saúde, e foram apurados antes de torna-los público. Além disso, fiz diversos requerimentos solicitando tais informações, sendo que poucos foram respondidos, e ainda por cima, de maneira incompleta, não esclarecendo as nossas dúvidas.
Agora, muito me espanta os dirigentes do Palácio Alencastro, senhor secretário de Saúde Kamil Fares, de Governo Fábio Garcia e o próprio prefeito, quererem me ensinar o que é ser vereador. Quero lembra-los que que quem fez o discurso de posse fui eu. Até parece que copiaram a minha fala.
Uma das atribuições do vereador é fiscalizar, e parece que poucos aqui estão fazendo isto. Quanto as outras atribuições do parlamentar, tenho certeza que vocês estão mal informados, uma vez que este vereador já apresentou 31 projetos de lei, do qual quatro já foram aprovados; 9 requerimentos solicitando informações do Executivo, 04 projetos de decreto legislativo e 04 moções de aplauso.
Além disso, possui 292 indicações, sendo que grande parte delas não foram atendidas, talvez por ineficiência das pastas atreladas a Prefeitura ou por eu não fazer parte da base do prefeito Mauro Mendes (PSB).
Então senhores, estou com a minha consciência tranquila, pois estou exercendo o meu papel de vereador por completo, não deixando de lado nenhuma das funções para qual fui eleito. Não estou atuando como alguém que cumpre ordens do patrão e sim em prol de melhorias para a população cuiabana, principalmente no que se refere a saúde.
Senhor prefeito, quando nós nos conhecemos após o segundo turno da eleição, o senhor me perguntou o que faria para ajudar a melhorar a saúde de Cuiabá. E ao te responder, fui claro que no meu ponto de vista os funcionários da saúde teria que ter uma boa remuneração para apresentar um serviço de qualidade. Caso isso não acontecesse, que fossem substituídos por outro profissional. Ou seja, pague bem, cobre, não fez mande embora.
Após ser eleito, pediu a mim e ao vereador Maurélio Ribeiro que ajudássemos o senhor o secretário na administração da saúde pública do município.
Agora, como ajudar alguém que não quer ser ajudado? O senhor tem demonstrado que não aceita opiniões e sugestões de terceiros, tanto que tem classificado as nossas declarações como ataques pessoais. Mais uma vez quero frisar que não se trata de rixa com o secretário de Saúde ou qualquer outra pessoa. O que ficou no passado já não tem importância, ainda mais porque agora estou representando o povo e defendo os seus interesses.
Neste meio termo, apareceu a UPA do Pascoal Ramos. Representantes comunitários de toda a região Sul nos procuraram pedindo ajuda. Na primeira reunião que tivemos, eles nos informaram que a intenção do prefeito e do secretário era transferir a Unidade de saúde, que inclusive já deveria ter sido inaugurada, para outra área. Por conta disso, as obras foram paralisadas logo no início do ano e até o momento ainda não se teve uma definição quanto ao assunto.
Além disso, ameaçaram fechar a Policlínica da região, onde deixaram toda aquela população desamparada. Entramos nesta luta para defender os interesses do povo que reside naquela região, e conseguimos mostrar várias contradições do Executivo sobre os argumentos para realizar a mudança.
Defender a população e garantir a qualidade de vida dos mesmos não é papel de um vereador?
Todas as irregularidades que foram apontadas, bem como os projetos de lei que apresentamos foram no intuito de ajudá-lo a melhorar a situação na nossa saúde, mas infelizmente o senhor prefeito não tem enxergado como tal.
A melhor resposta para as suas declarações sobre a minha pessoa é a atitude do povo. Se estou tão errado, como se explica a greve dos profissionais de enfermagem? Como explicar a relação do povo quanto a falta de atendimento, mesmo o senhor alegando ter contratado mais de 100 médicos? Como explicar a morte de pessoas, sem necessidade, como o próprio secretário afirmou por meio da imprensa, nos corredores do Pronto Socorro?
Vou continuar exercendo o meu papel de vereador, defendendo o interesse do povo e não de uma pequena parte da população, mesmo isto incomodando muitos. 
 
 





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