Decisão atendeu pedido do Tribunal de Defesa das Prerrogativas e da Subseção de Primavera do Leste
Sem cela especial, advogado preso ganha prisão domiciliar

O advogado Marcelo Alves Campos, de 33 anos, preso pelos crimes de extorsão, tráfico de influência e corrupção ativa, deverá cumprir prisão domiciliar. A prisão ocorreu na quinta-feira à tarde na cidade de Primavera do Leste (cidade a 230 quilômetros da Capital). A decisão da Justiça foi concedida no início da noite de sexta-feira (12), após a atuação do Tribunal de Defesa das Prerrogativas e da Subseção de Primavera do Leste.

De acordo com a decisão, o advogado deverá se recolher em sua residência em tempo integral, só podendo dela se ausentar com autorização judicial.

A prisão de Marcelo foi acompanhada pelo presidente da subseção, Nelson Manoel Júnior, juntamente com o presidente da Comissão de Defesas das Prerrogativas, Marcos Nascimento, e o advogado Dorival Rossato Júnior.

Segundo a OAB a atuação de seu representante teve o intuito de garantir ao profissional o direito de ter sua prerrogativa respeitada, uma vez que não existe prisão especial naquela cidade.

Em nota, a OAB/MT e o TDP informou que têm conhecimento do ocorrido e encaminharão o caso ao Tribunal de Ética e Disciplina da entidade para a apuração dos fatos, podendo aplicar ao advogado pena que vai da suspensão à cassação da carteira profissional.

Junto com o advogado, a Polícia Civil prendeu o policial civil Antônio Polari, de 49 anos, que vai responder pelos crimes de corrupção passiva e concussão.

Segundo o delegado Marcelo Jardim, o crime foi descoberto depois que uma das vítimas procurou a polícia informando que tinha sido obrigada a pagar para um advogado para que não fosse preso, mesmo não tendo cometido crime algum. (Leia mais AQUI)

Os policiais que participam das investigações descobriram que a vítima teve que pagar R$ 10 mil durante quatro meses para evitar a cadeia. Uma das vítimas chegou a dizer que seriam mortas por policiais da Derrf da cidade.

No interrogatório, os dois negaram qualquer tipo de ameaça ou mesmo extorsão contra as vítimas. Eles estão presos na Derrf de Primavera do Leste.