Em prisão domiciliar, advogado também será investigado pela OAB
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT) informou que está acompanhando de perto o caso do advogado Marcelo Alves Campos, 32, preso no município de Primavera do Leste (231 Km ao sul de Cuiabá) acusado pelos crimes de extorsão, tráfico de influência e corrupção ativa. O jurista que também já foi diretor da Cadeia Pública daquele município, além do processo criminal na Justiça comum, também será investigado pelo Tribunal de Ética e Disciplina da OAB. Ele foi diretor da Cadeia de Primavera entre novembro de 2007 até fevereiro de 2010.
De acordo com a entidade, a punição neste caso vai da suspensão à cassação da carteira profissional e se isso vier a ocorrer, ele não poderá mais atuar como advogado. Marcelo foi preso pela Polícia Civil nesta quinta-feira (11) acusado de extorquir pessoas exigindo dinheiro em troca de informação que sairia de dentro da delegacia para que assim as vítimas não fossem presas.
Como o advogado foi preso em flagrante, o juiz substituto da Vara Única daquela comarca, Eviner Valério, deferiu pedido da OAB e concedeu prisão domiciliar ao acusado. O motivo seria porque ele tem direito a cela especial e a cadeia de Primavera do Leste não dispõe de cela especial. “Portanto, em obediência à lei, o pedido deve ser atendido, sob pena de ficar caracterizado o constrangimento ilegal do flagrado. (...) Fica o flagrado ciente de que deverá se recolher em sua residência em tempo integral, só podendo dela se ausentar com autorização judicial”, diz trecho da decisão do magistrado.
O Tribunal de Defesa das Prerrogativas (TDP) da OAB acompanhou todo o caso. A OAB informa que a prisão de Marcelo acompanhada pelo presidente da subseção, Nelson Manoel Júnior, juntamente com o presidente da Comissão de Defesas das Prerrogativas, Marcos Nascimento, e o advogado Dorival Rossato Júnior. O advogado Marcelo Alves Campos também responde a a outras ações criminais que tramitam no Tribunal de Justiça, uma desde 2009, outra desde 2010, e outra por desacato, que foi distribuída na 5ª Vara – Juizado Especial no 24 de maio deste ano.
O policial civil Antonio Polari também foi preso acusado de participar dos crimes e responderá por corrupção passiva, pois segundo as investigações comandadas pelo delegado Marcelo Jardin, ele usava o cargo para vender informações falsas em troca de dinheiro. Há suspeita de envolvimento de outros policiais no esquema e por isso o delegado segue investigando o caso.
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