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Quarta - 17 de Julho de 2013 às 06:16

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Flagrantes de milho a céu aberto evidenciam por mais um ano o problema da falta de armazéns em Mato Grosso. Mas enquanto as unidades privadas começam a ficar lotadas, muitos silos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estão sucateados e sem uso. Na região Norte, a maior produtora de grãos, há armazéns da estatal que guardam milho ainda da safra de 2008.

De acordo com a estatal, as 162 toneladas do cereal estão estocadas em Sorriso porque a empresa responsável pela retirada decidiu rescindir o contrato antes de terminar o trabalho. "É uma questão jurídica que está sendo resolvida. São cinco carretas em produtos e se for fazer a reforma e o produto não tiver saído vamos arrumar o local", afirmou o diretor de Abastecimento da Conab, Marcelo Melo. No mesmo armazém que guarda os grãos do governo, os equipamentos de limpeza, secagem e movimentação de grãos estão deteriorados.

Já em Sinop são dois armazéns próprios da Conab. Um está vazio, enquanto o outro lotado com arroz de terceiros. Ambos foram construídos há quase 30 anos, com capacidade para 13,8 mil toneladas de grãos.

Em todo Mato Grosso são 21 armazéns da Companhia Nacional de Abastecimento com capacidade para 200 mil toneladas de grãos. Ainda segundo o diretor da Conab, o governo prepara uma "mega operação" para reforma e construção de novos armazéns em todo o Brasil. É uma tentativa de se evitar o colapso de armazenagem.

"Serão reformas radicais. Os armazéns de Mato Grosso serão praticamente refeitos. Vamos colocar tombadores, secadores, equipamentos de alta geração, além de dar o selo de meio ambiente para reutilização de água, reaproveitamento. Dar aos novos armazéns e aos reformados o selo ambiental", disse Marcelo Melo.

Vendas x prejuízos
Enquanto a colheita avança no campo, atingindo 8 milhões de toneladas das 17 milhões estimadas, a falta de armazéns já faz produtores venderem suas produções em uma época em que os preços do cereal estão abaixo do valor mínimo estipulado pelo governo (R$ 13,02).

Em Sorriso, a 420 km de Cuiabá, Márcio Tschope vendeu por R$ 10 a saca de 60kg, ou R$ 2 abaixo do custo de produção. "Estava difícil, sem perspectiva nenhuma de ter o que fazer. Não existe lugar para armazenar o milho. Existe uma unidade da Conab que não está recebendo nenhuma saca de milho", disse o agricultor.

Quem está guardando a produção em armazéns privados já sabe que após outubro o cereal vai ter que ceder espaço para a soja. "Vai ser paga R$ 1,50 a taxa de recebimento e mais R$ 0,30 por mês até outubro, quando tem que tirar o milho porque eles vão precisar dos armazéns para a soja", disse o produtor Aleixo Morgem, de Sinop. Ele vendeu parte por falta de local para colocar o produto.

O ciclo 2012/13 promete ser o melhor em toda história de Mato Grosso, com uma safra projetada em mais de 17 milhões de toneladas.





Fonte: Do G1 MT

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