A investigado Gláucia Alt foi acusada com o marido, delegado João Bosco, de associação ao tráfico
Policial civil acusada de "proteger" tráfico deixa a cadeia
A policial civil Gláucia Alt teve a prisão preventiva relaxada e foi colocada em liberdade na noite de terça-feira (16), em Cuiabá.
A investigadora estava presa na Gerência de Operação Especiais da Polícia Civil há cerca de 20 dias, acusada de participar de um esquema de extorsão e proteção a um consórcio formado por três traficantes de cocaína, na cidade de Várzea Grande.
Gláucia havia sido presa durante a Operação Abadom, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).
O marido dela, o delegado João Bosco de Barros, também foi preso, mas foi posto em liberdade poucos dias depois, após ter a prisão revogada.
Com os términos dos depoimentos, a própria Polícia não viu motivos para a prisão, uma vez que a policial "tem endereço certo, profissão definida e sempre cumpriu com as obrigações".
A Corregedoria Geral da Polícia Civil deverá abrir procedimento administrativo, caso seja confirmado que tanto o delegado como a policial praticaram algum “desvio administrativo”.
Operação Abadom
Durante a Operação Abadom, oito suspeitos foram presos. No entanto, Marco Antônio da Silva, também acusado de fazer parte do grupo, ainda está foragido.
As investigações iniciaram em dezembro do ano passado, tendo como foco o tráfico por atacado em Mato Grosso.
Três traficantes são suspeitos de fazerem um consórcio para comprar droga mais barata, na região da fronteira do Estado com a Bolívia.
A delegada responsável pelas investigações é Alana Cardoso. Segundo ela, em dezembro de 2012, J. L.C. foi preso suspeito de tráfico no restaurante que funciona como Rodoviária em Várzea Grande.
Preso com um quilo de cocaína, ele revelou que havia comprado na cidade e iria levar o tablete do entorpecente para o interior do Estado.
“A partir daí, descobrimos a existência de um "atacadão" da droga em Várzea Grande, que abastecia todo o Estado. Em janeiro, iniciamos a Operação Abadom”, explicou.
Naquele mês, os policiais chegaram até E.P.G., que estava com uma barra de pasta-base com 815 gramas. O entorpecente veio do mesmo "atacadão".
Em março, os policiais identificaram os três chefões do atacado da cocaína.
Na ocasião, foram presos mais dois suspeitos: uma "mula" (pessoa que transporta droga) e um gerente do esquema, com 2,5 quilos de cocaína, além de uma pistola 9mm.
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