Presidente discursou em reunião de conselho de órgãos do governo. Para ela, país tem "mais condições" na economia que em anos passados.
"Tenho certeza", diz Dilma sobre inflação na meta
Dilma Rousseff participa de reunião do Conselho
de Desenvolvimento Econômico e Social (Foto:
Roberto Stuckert Filho/PR)
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (17), durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, que o governo tem certeza de que o país vai fechar o ano dentro da meta, que para 2013 é de 4,5%, podendo variar dois pontos percentuais para mais ou para menos – ou seja, de 2,5% a 6,5%.
"A inflação no Brasil vem caindo de maneira consistente nos últimos meses. O IPCA de maio (0,37%) foi menor que o IPCA de abril (0,55%). O de junho (0,26%), menor que o de maio. E em julho, deverá ser menor que o de junho e muito próximo de zero. Nós sabemos que a inflação no país tem caráter ciclo-sazonal. Nós agora estamos na faixa da baixa da inflação, assim como estivemos no momento de pressão inflacionária fruto de algumas questões que não controlamos, em especial de um choque de oferta que aconteceu na metade do segundo semestre para o fim do segundo semestre do ano passado e que repercutiu fortemente neste ano de 2013. Nós temos certeza que vamos fechar o ano com a inflação dentro da meta", afirmou a presidente.
Apesar da desaceleração mensal, no acumulado em 12 meses o IPCA está acima da meta: em junho, chegou a 6,7%, a taxa mais alta desde outubro de 2011.
Dilma também criticou o que chamou de "informações parciais" que, segundo ela, criam "ambiente de pessimismo que não é bom para o Brasil".
"É incorreto falar em descontrole da inflação ou das despesas do governo. É desrespeito aos dados , à lógica para dizer no mínimo. A informação parcial da forma como muitas vezes é explorada confunde a opinião pública e visa criar um ambiente de pessimismo que não interessa a nenhum de nós, o que não é bom para o Brasil. O barulho tem sido muito maior que o fato. Temos dificuldade sim, mas temos também uma situação hoje que não se compara com nenhum momento no passado tanto no que se refere a robustez como no que se refere também à capacidade do país de enfrentar problemas no fronte externo."
Para a presidente, "há dados concretos que desmentem análises negativas". Ela reconheceu, no entanto, necessidade de melhora.
"Aproveito para repelir as posturas pessimistas quanto a economia brasileira hoje num futuro próximo. Há dados concretos que desmentem as análises mais negativas.Temos mais condições na nossa economia do que tivemos em anos passados e isso é uma verdade que tem sido ignorada [...] Não estou dizendo que não temos o que melhorar, mas temos a força necessária para fazê-lo porque a conquistamos, a construímos", disse a presidente.
Gastos do governo federal
A presidente também disse que a solvência do Estado brasileiro está "garantida" e que sinal disso é o tamanho da dívida líquida do setor público em relação ao PIB.
"Outra coisa é muito importante que se diga e ela diz respeito à solvência do Estado brasileiro, que eu quero afirmar aos senhores, está garantida. Principalmente num mundo em que nós vemos o que acontece na Europa e nos Estados Unidos, nós podemos ter a certeza que o Brasil tem uma situação de solvência do Estado brasileiro, de robustez fiscal do Estado brasileiro. Não é por menos que a dívida líquida do setor público em maio foi de 34,8% do PIB, índice menor que o do ano passado", afirmou.
Dilma ainda disse que os gastos do governo com pessoal são os menores dos últimos dez anos. As despesas com pessoal são uma das críticas mais frequentes da oposição ao governo.
"As despesas do governo federal com pessoal estão em 4,2% do PIB e também são as menores dos últimos dez anos. As despesas do governo com o pagamento de juros estão em 4,6% do PIB e são hoje 40% menores que há dez anos atrás quando este Conselho teve início. Os números reais analisados com isenção mostram que é incorreto falar de descontrole da inflação ou das despesas do governo", concluiu a presidente.
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