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Política
Quarta - 17 de Julho de 2013 às 18:59

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A presidente Dilma Rousseff fez uma defesa enfática da política econômica do governo nesta quarta-feira, alegando que há dados concretos que desmentem "pessimistas", num momento em que a economia patina e a sua popularidade está em queda.

Em discurso de mais de 50 minutos durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o chamado Conselhão, Dilma rebateu críticas de que o governo não tem se esforçado no campo fiscal e está ampliando os gastos públicos.

"As despesas do governo federal com pessoal estão em 4,2 por cento do PIB... são as menores dos últimos dez anos", afirmou. "Os números reais analisados com isenção mostram que é incorreto falar de descontrole da inflação ou das despesas do governo."

A presidente disse que o país tem grande "robustez fiscal" e que o pacto proposto por ela a governadores e prefeitos "limita qualquer tentação de populismo fiscal e estabelece... o princípio de que só podemos gastar aquilo que temos para gastar".

O governo brasileiro tem sido criticado por sua política fiscal expansionista, que tem dificultado o controle da inflação. Depois de fazer uma manobra para atingir a meta de superávit fiscal no ano passado, o governo pretende fazer um superávit primário equivalente a 2,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, ante a meta estabelecida na lei orçamentária de 3,1 por cento do PIB.

A presidente disse estar certa de que o país vai fechar o ano com a inflação dentro da meta, uma vez que os índices de preços "vêm caindo de maneira consistente nos últimos meses".

"Nós sabemos que a inflação no país tem um caráter ciclosazonal. Agora estamos na baixa", disse a presidente, acrescentando que O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho deve ficar muito próximo de zero.

O IPCA, que baliza o sistema de metas de inflação, acumula alta de 6,70 por cento nos 12 meses até junho, acima do teto de 6,50 por cento da meta do governo. Mas o índice mensal desacelerou para 0,26 por cento no mês passado.

"Aproveito aqui para repelir as posturas pessimistas quanto à economia brasileira hoje e no futuro próximo", disse a presidente.

"Há dados concretos que desmentem as análises mais negativas. Hoje, nós temos estruturalmente melhores condições na nossa economia do que tivemos nos anos passados", argumentou.

Segundo Dilma, a informação parcial confunde a opinião pública e visa criar um "ambiente de pessimismo".

"O barulho tem sido muito maior que o fato... Temos dificuldades sim, mas temos situação hoje que não se compara a nenhum momento do passado", disse Dilma.

"OUVIR AS RUAS"

Além das dificuldades econômicas, o governo sofre com a desarticulação da sua enorme base aliada, cuja a insatisfação aumenta com a queda da popularidade da presidente.

Pesquisas de opinião apontaram queda de mais de 20 pontos percentuais na aprovação do governo e na popularidade da presidente desde a onda de protestos, que chegou a levar em um só dia mais de 1 milhão de pessoas às ruas de todo o país no mês passado.

Além disso, a avaliação negativa do governo mais do que triplicou, passando para 29,5 por cento em julho, ante 9 por cento junho, segundo pesquisa CNT/MDA divulgada na terça-feira.

Sobre as manifestações, Dilma reiterou que é preciso "ouvir e interpretar as ruas".

Como resposta aos protestos, Dilma lançou no final do mês passado cinco pactos propondo reforma política e combate à corrupção, robustez fiscal, melhoria na saúde, educação e transporte público.

Para colocá-los em prática, propôs um plebiscito para a reforma política, o programa Mais Médicos, a destinação integral dos royalties do petróleo para a educação, investimentos de 50 bilhões de reais em projetos de mobilidade urbana e compromisso com a responsabilidade fiscal para que os governos federal, estadual e municipal não gastem mais do que arrecadam.

O plebiscito foi descartado pela Câmara, que preferiu analisar e votar uma reforma política para somente depois realizar um referendo popular.

Nesta quarta, a presidente evitou criticar diretamente o Congresso, mas voltou a defender a consulta popular para fazer a reforma no sistema político, argumentando que as pesquisas recentes mostram a aprovação da população à iniciativa.

"Quando se trata de reforma política, eu acho fundamental que nós tenhamos como base da reforma política a consulta popular", disse.

"Nós fizemos de fato nesses últimos dez anos o mais urgente e o mais necessário para o nosso momento histórico, mas agora nós somos cobrados a fazer mais. Temos e devemos fazer mais", disse.





Fonte: Reuters

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