Em uma década, capital deixou a 4ª posição da lista de mais violentas. Mapa da Violência mostra redução de 40,9% no número de homicídios.
Cuiabá cai no ranking das capitais mais violentas do país, aponta estudo

Em uma década, Cuiabá mudou a posição no ranking das capitais mais violentas do país e passou, da 4ª da lista, para a 13ª posição, passando de 76,9 para 45,5 mortes por 100 mil habitantes. De 2001 a 2011, a taxa de homicídios caiu quase pela metade, conforme estudo realizado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz. O "Mapa da Violência", divulgado nesta quinta-feira (18) pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela), mostra que houve redução de 40,9% no número de assassinatos, no período.

A redução ocorreu de forma gradativa, mas com algumas oscilações nos números. Em 2010, por exemplo, houve menos homicídios que em 2011, como aponta o levantamento, embasado em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Já em todo o estado foi registrada menor diminuição no indíce de homicídios, somente 16%. A maioria das vítimas era jovem. Do universo de 100 mil jovens, 69,7 foram vítimas de mortes violentas e outros 29,9 vítimas de homicídio. Essa queda também deixa Mato Grosso em melhor posição no "Mapa da Violência". Antes, o estado ocupava a 6ª colocação em 2001 e hoje é o 13º da lista, a exemplo de Cuiabá.

Dos estados da região Centro Oeste, incluindo o Distrito Federal, Mato Grosso foi o que teve maior redução da criminalidade, enquanto Goiás registrou aumento de 69% em relação a 2011. Em todo o Centro-Oeste, a taxa de homicídios cresceu 16,4%. "A situação da região Centro Oeste é heterogênea. Goiânia apresentando um elevado crescimento, Brasília com crescimento mais moderado: 26,2% e quedas relativamente baixas em Campo Grande e Cuiabá", apontou.

A pesquisa mostra ainda as outras causas de mortalidade no estado e revelou que só 26,8% dos jovens morrem pos causa naturais e uma parcela de 39,3% morre vítima de homicídio. No estado, 31% dos jovens morrem em acidentes de trânsito e 8,8% de suicídio. No caso dos "não jovens", essas causas caem para 3,5% e 1,1%, respectivamente. A maioria, correspondente a 86,6%, morre por fatores naturais.

O sociológo, responsável pelo levantamento, lembrou que em 2004 e 2007 houve queda na mortalidade da juventude devido ao impacto das estratégias de desarmamento adotadas pelo governo na época e de políticas pontuais de enfrentamento da violência em algumas unidades da federação.

Mato Grosso é o 13º da lista de estados mais violentos do país (Foto: Reprodução/Cebela)