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Política
Quinta - 25 de Julho de 2013 às 07:48

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Um ano e sete meses após o início do repasse de hospitais regionais à gestão das OSSs (Organizações Sociais de Saúde), o governo de Mato Grosso admitiu ontem que paga pelo serviço sem saber exatamente o seu custo.

O modus operandi foi descrito pelo secretário estadual Mauri Rodrigues (Saúde), em entrevista coletiva concedida em meio a uma reunião com representantes das entidades responsáveis por sete hospitais regionais do Estado.

"Temos um controle do que se paga, mas não temos, contabilmente, separado por unidade. Nós estamos na procura deste custo para dar essa resposta, até porque o governador, a sociedade e todos nós queremos saber", disse o secretário.

Somente em 2012, segundo levantamento feito pelo Comitê em Defesa da Saúde Pública de Mato Grosso, os repasses referentes a cinco hospitais regionais (Colíder, Alta Floresta, Rondonópolis, Sorriso e Cáceres) somaram R$ 145 milhões.

O valor equivale a um acréscimo de 400% em relação aos repasses encaminhados às mesmas entidades em 2011, quando a gestão por OSSs não havia sido instituída. O secretário atribuiu a diferença ao modelo de gestão, que é descentralizado.

"Custo é um conceito amplo. Não é simplesmente o repasse. É preciso considerar que boa parte dos custos, que antes eram de responsabilidade da secretaria, hoje são assumidos pelas OSSs", disse.

Fazendo menção a gestões anteriores, o secretário disse que, antes de assumir o cargo, não havia por parte da secretaria "aquela necessidade de falar quanto custa cada unidade".

"Nós estamos nessa procura porque a situação exige. Nós cidadãos queremos saber. A busca que estamos fazendo é por esta resposta. Nós precisamos dar uma satisfação à sociedade", declarou.

Sobre a qualidade do serviço prestado pelas entidades, Rodrigues disse já dispor de indicadores positivos e que "os pacientes, dentro das possibilidades, estão sendo atendidos".

"Nós estamos fazendo uma readequação. Vamos mandar equipes em cada região para fazer um balanço de dois anos. Levantar o perfil de cada hospital. Precisamos otimizar os recursos e focar os olhos nas deficiências de cada unidade."

O objetivo, segundo o secretário, é ter o "controle absoluto". "Nós sonhamos e esperamos que, dentro de um prazo curto de tempo, nós tenhamos informações sobre tudo o que está acontecendo no Estado inteiro."

Sobre o fato de autorizar pagamentos sem dispor de um levantamento de custos, Rodrigues disse que vem “perdendo o sono”. “Você não sabe a responsabilidade que é fazer estes pagamentos todos os meses. Esta informação interessa a mim também.”

 






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