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Quinta - 25 de Julho de 2013 às 19:47

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Penitenciária Central do Estado tem 56 detentos com tuberculose (Foto: Tita Mara/G1)
Penitenciária Central do Estado tem 56 detentos com tuberculose (Foto: Tita Mara/G1)

Casos de tuberculose na população carcerária de Mato Grosso já somam 108, sendo o número referente a detentos infectados com a doença somente neste ano. Segundo levantamento repassado ao G1 pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), que administra o sistema prisional do estado, a doença não está apenas concentrada nas unidades prisionais da Grande Cuiabá e diagnósticos já confirmam 29 casos também no interior.

Na Penitenciária Central do Estado, maior unidade prisional de Mato Grosso e localizada em Cuiabá, há 56 reeducandos com diagnóstico de tuberculose e que recebem tratamento dentro da unidade. A penitenciária abriga atualmente 2.050 detentos e é o local onde a situação está mais agravante, principalmente por conta da superlotação. Os dados apontam que no Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), antigo Presídio do Carumbé, atualmente são 11 presos contaminados e, no presídio feminino Ana Maria do Couto May, duas mulheres realizam o tratamento contra a doença.

Já a cadeia pública de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, que fica no Bairro Capão Grande, foram infectados 10 reeducandos. Lá, agentes prisionais realizam tratamento preventivo contra a doença após contato com os presos. A assessoria de imprensa da Sejudh alega que os servidores não foram contaminados pela tuberculose e nove deles passam apenas por uma medida terapêutica preventiva.

O secretário de Justiça e Segurança Púbica, Luiz Antônio Pôssas de Carvalho, não considera o número de casos alarmante e garante que todos os presos estão recebendo tratamento adequado. Ele ressalta que logo após a confirmação do diagnóstico da doença, o tratamento inicia no próprio interior do presídio. “Não se trata de surto da doença. Identificamos os presos contaminados e já de pronto inicia-se o tratamento. Os casos são considerados dentro do parâmetro no estado”, pontuou.

Contudo, o número de reeducandos com tuberculose representa 57% do total registrado em todo o ano de 2012, quando ocorreram 189 registros da doença dentro das unidades prisionais. O gerente de saúde do sistema penitenciário de Mato Grosso, Hosano Delgado, relaciona a questão com os sérios problemas no setor quanto à falta de médicos e profissionais. Contudo, considera o quadro atual dentro do limite esperado e acredita haver um declínio da doença entre os presos.

Alan aparece na cela fazendo nebulisação para atenuar tuberculose (Foto: Arquivo Pessoal)


Alan aparece na cela fazendo nebulização para
atenuar tuberculose (Foto: Arquivo Pessoal)
 

"Antigamente os profissionais de saúde eram de contratos temporários e não havia médicos fixos nas unidades. Atualmente não é dessa forma. Nosso quadro de assistência aos presos na saúde melhorou e estamos conseguindo controlar. Trata-se de uma doença preocupante e contagiosa, mas que está sob controle”, ressaltou. Ele informou também que agentes prisionais das cadeias públicas de Vila Bela da Santíssima Trindade e Pontes e Lacerda também realizam tratamento preventivo contra tuberculose.

Morte
No dia 16 de junho deste ano, o detento Alan Silva Arruda, de 25 anos, morreu em uma cela da Penitenciária Central do Estado (PCE) com sintomas de tuberculose. Segundo a família de Alan, mesmo após ter sido diagnosticado com a doença, ele não recebeu tratamento adequado e isso teria ocasionado a morte.

Porém, a Sejudh diz que concluiu a realização de exames para detectar a doença. Em uma fotografia obtida pela reportagem, ele aparece fazendo nebulização dentro da cela para melhorar a respiração. Colegas de cela do reeducando acionaram a polícia avisando que o rapaz estava morto em cima de uma cama. Com isso, ele foi encaminhado para a enfermaria da penitenciária, no dia 15. No entanto, não resistiu e morreu no dia seguinte.





Fonte: Do G1 MT

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