Na manhã deste sábado, familiares que foram visitar detentos da Penitenciária Central do Estado (PCE), maior unidade prisional de Mato Grosso, e do Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC, antigo presídio do Carumbé), não conseguiram entrar nos prédios. Revoltados, os familiares que se dirigiram ao Carumbé bloquearam a Avenida Gonçalo Antunes de Barros, via de acesso à unidade, e atearam fogo em pedaços de troncos de árvores na avenida.
Suspensão de visitas no Carumbé, em Cuiabá, provocou revolta neste sábado (27).
(Foto: Leandro Nascimento / G1)
Além das manifestações do lado de fora, a paralisação gerou uma crise dentro das unidades. Contra isso, já na sexta-feira o governo obteve na Justiça decisão determinando que os agentes mantenham ao menos 70% do efetivo em atuação no sistema prisional.
Contudo, o titular da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), Luiz Antônio Pôssas de Carvalho, declarou neste sábado que o percentual mínimo não está sendo cumprido.
Greve dos agentes prisionais em Cuiabá. (Foto: Leandro Nascimento / G1)
Segundo Pôssas, os 30% dos agentes que continuam nas unidades não estão de fato trabalhando, mas de braços cruzados. Ele anunciou que deve rever a contratação dos trabalhadores em greve que ainda se encontram em estágio probatório e ainda lembrou que, de acordo com a decisão judicial que determina o percentual mínimo, o descumprimento poderá ser punido com multa de R$ 50 mil.
O secretário passou a tarde deste sábado em reunião com um comitê formado para administrar a crise nos presídios do estado e evitar o caos. Durante a reunião, Pôssas anunciou à imprensa que a PM, já acionada, ainda neste sábado poderia retomar os trabalhos paralisados pelos agentes prisionias a fim de assegurar a visitação ao longo do fim de semana. Isso na hipótese de os agentes prisionais não atenderem a seu apelo e mantiverem o percentual de 30% atuando.
"Se não cumprirem, o estado vai garantir [as visitas] de qualquer maneira", avisou o secretário. O Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (Sindspen), entretanto, já afirmou que manterá apenas o efetivo de 30% ao longo do fim de semana e só na segunda-feira (28) avaliarão decisão da Justiça em assembleia.
Nota
Ao final da tarde deste sábado, a Sejudh ainda se pronunciou por meio de nota enviada pela assessoria de imprensa afirmando que não só as visitas foram comprometidas pela greve dos agentes, mas também os banhos de sol próprios reeducandos.
Presídio do Carumbé é um dos afetados por greve.
(Foto: Leandro Nascimento / G1)
A nota reafirma que os servidores que descumprirem a decisão judicial poderão ser exonerados e assegura a tomada de todas as providências necessárias para proporcionar os direitos dos reeducandos e seus familiares.
"O estado de Mato Grosso está tomando todas as providências dentro de sua área de competência para que a determinação da Justiça seja cumprida na sua integralidade", anuncia o texto.
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