Entre os denunciados, há 16 policiais civis, um militar e dois guardas. Polícia tem até 15 de agosto para apontar quem pode ter matado a menina.
MP-PR denuncia 21 por tortura contra suspeitos de matar Tayná
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) apresentou à Justiça, nesta quinta-feira (1º), denúncia contra 21 pessoas suspeitas de terem torturado os quatro homens apontados pela Polícia Civil como autores da morte da adolescente Tayná Adriane da Silva, de 14 anos.
De acordo com o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), as investigações começaram após os quatro homens afirmarem que confessaram o crime contra Tayná após terem passado por sessões de tortura nas delegacias por onde passaram.
Entre os denunciados estão 16 policiais civis, um policial militar, dois guardas municipais e dois presos de confiança. Além da denúncia por prática de tortura, alguns foram acusados pelo MP-PR por falso testemunho, lesão corporal de natureza grave e abuso de autoridade e crime de natureza sexual.
O início das investigações do caso de tortura levou à prisão de 15 pessoas, sendo a maioria policiais civis. Entre os presos, está o delegado que comandava a delegacia responsável pela investigação da morte de Tayná.
Após os indícios de tortura, o MP-PR pediu a liberdade provisória dos homens apontados como autores da morte da menina. Os quatro funcionários de um parque de diversões foram postos no programa de proteção a testemunhas e levados para outro estado.
Além da suposta tortura, outro fator que levou os promotores a pedirem a liberdade deles foi o fato de que um exame de DNA apontou que o sêmen encontrado nas roupas de Tayná não pertencia a nenhum dos suspeitos. Contudo, a possível participação deles ainda não foi totalmente descartada.
O crime
Tayná sumiu no dia 25 de junho em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba. Dois dias depois do desaparecimento, os quatro homens foram presos e confessaram terem matado e estuprado a menina. Dias depois, a perita da Polícia Científica, que estava no momento em que o corpo dela foi encontrado, afirmou não ter encontrado indícios de estupro.
A partir daí, as investigações tomaram outro rumo e toda a equipe da delegacia responsável foi afastada. Com o surgimento das denúncias de tortura, houve as prisões que envolveram 10 policiais civis.
A repercussão do caso e dos possíveis erros na investigação inicial acabou respingando na cúpula da Polícia Civil. O então delegado-geral, Marcus Vinicius Michelloto foi substituído por Riad Braga Farhat, que comandava a Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc).
Apesar de a denúncia de tortura ter sido entregue, o responsável pela morte da menina ainda não foi encontrado. O caso segue sob segredo de justiça e o prazo para a entrega do inquérito termina no dia 15 de agosto.
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