Antes do assassinato da mãe e os irmãos, de 11 e 14 anos, o jovem Érlon Augusto da Silva disse ter alertado a mãe sobre o padrasto, considerado o principal suspeito do crime, e não aprovava o relacionamento. "Não aprovava o relacionamento, mas não adiantava falar para a minha mãe", declarou ao G1, nesta sexta-feira (2), um dia após os corpos das vítimas terem sido encontrados já em estado de decomposição na residência onde moravam, em Nova Brasilândia, a 223 quilômetros de Cuiabá. O suspeito encontra-se foragido.
O crime teria ocorrido na segunda-feira (29), segundo a Polícia Civil. Os corpos foram encontrados cobertos nas camas. O corpo de Alaíde estava junto com o da filha, de 14 anos, em uma cama, enquanto o corpo do menino de 11 anos estava em outro quatro, também em uma cama e coberto com um lençol. No local, a polícia encontrou uma marreta que teria sido usada pelo suspeito para cometer os assassinatos. As vítimas teriam sido atingidas na cabeça.
Érlon contou que, após o crime, o padrasto o procurou na casa onde mora com o pai e disse que Alaíde tinha viajado para Cuiabá com os dois filhos. "Ele [padrasto] sabia que eu ia na casa da minha mãe todos os dias, então para evitar que fosse lá e visse os corpos da minha mãe e dos meus irmãos falou para mim que tinham viajado para acompanhar a minha avó, que teria quebrado o braço, mas não era verdade e só descobri ontem (1º) depois que a polícia arrombou a porta da casa e os encontrou mortos lá dentro", disse o jovem, ainda muito comovido com a situação.
Ele disse ter considerado estranho o fato de o padrasto o procurar, já que nunca tinha feito isso. Além de tentar mantê-lo distante da casa onde o crime ocorreu, o rapaz avaliou que a intenção do suspeito seria matá-lo também. "Ele queria que eu fosse com ele buscar um carro em outra cidade, até falou com o meu pai, mas não fui. Meu anjo da guarda foi forte", enfatizou, ao comentar sobre a frieza do suspeito. "Ele estava muito tranquilo, parecia que não tinha acontecido nada". O suspeito ainda teria continuado na casa, feito as refeições no mesmo local onde os corpos estavam.
Conforme Érlon, a mãe estava se relacionando com esse homem, que teria aproximadamente 35 anos, segundo a polícia, há cerca de dois meses e que o relacionamento não era turbulento, porém, reprovava porque o padrasto tinha se mudado há pouco tempo para a cidade e não conhecia a história, nem a família dele. "Ele tinha morado há uns 10 anos na cidade. Depois foi embora e voltou agora", disse.
O suspeito trabalhava como domador de cavalos na região, mas ultimamente estaria desempregado, o que na avaliação de Érlon teria sido a motivação de brigas entre o casal. "Acho que a minha mãe não queria mais ficar com ele, porque não trabalhava, não fazia nada, e ele não aceitou a decisão dela", frisou. A polícia havia informado que o motivo seria ciúmes.
Os corpos foram encontrados depois que vizinhos começaram a sentir o mau cheiro vindo da casa, devido ao avançado estado de decomposição, e avisaram a polícia. No local, de acordo com o policial Hayner Mattos, foram encontrados índicios de que o suspeito era usuário de drogas. "Alguns indícios levam a crer que ele era usuário de pasta base de cocaína, porque achamos uma lata de refrigerante amassada, cortada, com alguns furos, que seria usada como cachimbo para o consumo da droga", disse. O crime está sendo investigado pela Polícia Civil. Deve ser pedida a prisão do suspeito.
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