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Resgates em rodovias utilizam cada vez mais suporte da tecnologia
O intervalo de tempo entre uma chamada de emergência e a chegada da equipe de resgate ao local de um acidente é determinante para evitar sequelas ou mesmo salvar a vida de uma vítima. O agravante no caso de ocorrências em rodovias é a velocidade empregada pelos veículos, consideravelmente superior em comparação à aplicada no trânsito em centros urbanos. A tecnologia, portanto, revela-se uma aliada para a intervenção e gestão dos acidentes de forma ágil e eficaz.
Segundo o responsável pelo setor de tecnologia e produtos da Perkons, Ricardo Simões, acidentes em locais remotos e sem supervisão têm complicadores: “A operação para atendimento dos acidentes em rodovias tem como fatores críticos a dificuldade de identificação imediata do acidente, as longas distâncias a serem percorridas para chegada do socorro e, muitas vezes, a comunicação em zonas sem cobertura de sinal celular”, destaca.
Simões avalia que as rodovias brasileiras com gestão pública precisam receber mais investimentos em sistemas inteligentes de operação viária. “A maioria dos sistemas de monitoramento eletrônico não é focada em gerenciamento de crises, como informar situações nas pistas e atender acidentes que necessitem de socorro, mas apenas na gestão da mobilidade mais segura num plano mais geral, como respeito à velocidade máxima permitida e fiscalização de peso”, aponta Simões.
Em tempo real
Realidade bem diferente é encontrada em pouco mais de 14,7 mil quilômetros de estradas, o que corresponde a apenas 7% da malha rodoviária nacional pavimentada no Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR). Nestes trechos, 52 concessionárias atuam administrando as rodovias e, por contrato, são obrigadas a oferecer um serviço gratuito de atendimento ao usuário. Além de câmeras de monitoramento estrategicamente posicionadas nas estradas, outros procedimentos são fundamentais para a nova concepção da logística de atendimento pré-hospitalar. “Antigamente não se falava em protocolos integrados de atendimento e era comum o preenchimento manual de planilhas pelas equipes de salvamento. Com o advento das concessionárias, o sistema passou a ser informatizado e hoje segue procedimento com suporte de softwares e programas específicos”, explica Marcelo Belão, especialista em trânsito e gerente de atendimento ao usuário da Concessionária Ecovia, no Paraná.
O tratamento eletrônico dessas informações garante não só agilidade ao processo, mas principalmente uma leitura diferenciada dos dados. “A partir das estatísticas geradas por meio da elaboração desses relatórios é criado um banco de dados capaz de apontar melhorias no atendimento tanto na esfera pública quanto privada”, ressalta Belão. O aperfeiçoamento, utilizado em núcleos e comitês que discutem a segurança viária, vai desde o aumento do efetivo ou de viaturas em determinadas localidades até a criação de programas de prevenção de acidentes.
Ainda no que diz respeito ao incremento das tecnologias no atendimento em resgates, destacam-se as redes de transmissão de informações utilizadas pelas equipes envolvidas. Os canais de rádio e o uso do GPS (Sistema de Posicionamento Global) possibilitam a integração e, mais uma vez, garantem agilidade ao atendimento. “Os operadores no centro de controle ficam em contato direto com as equipes médicas e também com os veículos de inspeção, que percorrem a rodovia 24 horas. Isso permite a localização das viaturas e a reorganização de rotas ou possíveis desvios”, diz.
São os profissionais dos veículos de inspeção que, chegando ao local do acidente, sinalizam a via permitindo que o trabalho dos profissionais do atendimento médico pré-hospitalar seja feito em segurança. Geralmente, bases de atendimento ficam instaladas em pontos importantes da rodovia. “Essa localização estratégica possibilita a rapidez do atendimento e o ideal é que o tempo médio de deslocamento até o local do acidente aconteça em até dez minutos”, assegura Belão.
Trabalho conjunto
Com a integração das tecnologias, segundo o especialista em trânsito, o atendimento ganhou nova condição. “Antes a detecção de um acidente dependia de outros fatores; a própria vítima informava o ocorrido ou alguém que passava pelo local o fazia. O lastro temporal era muito maior, o que muitas vezes agravava o quadro clínico do acidentado. Nesse sentido, as câmeras e os veículos de inspeção trouxeram mais agilidade ao processo”, pondera Belão.
Ele explica que o atendimento médico é feito por viaturas equipadas para suporte básico de vida e suporte avançado. Ao receber o chamado, a equipe de ambulância básica mais próxima é encaminhada ao local e, se for detectado na triagem do chamado que se trata de um evento com prováveis vítimas graves, o médico se desloca em veículo de intervenção rápida.
“Ao chegar ao local, a ambulância básica se torna avançada pela presença do médico e materiais e equipamentos próprios da ação médica. A equipe de resgate deve garantir a segurança no local e, depois disso, iniciar o atendimento, seguindo protocolos”, explica Sueli Cabral, diretora técnica do grupo SMR - empresa especializada em Atendimento Pré-Hospitalar (APH) em rodovias.
De acordo com ela, em caso de ocorrências com pessoas feridas, a primeira hora de lesão da vítima é considerada de extrema importância, por isso, a agilidade e a organização da equipe são essenciais. “Nas operações de atendimento pré-hospitalar e resgate, o tempo de resposta está intimamente relacionado ao sistema de acionamento e a comunicação utilizada é fundamental para o sucesso do resultado final”, afirma.
Algumas atitudes podem ser decisivas logo que um acidente ocorre. “É importante não mobilizar as vítimas nem removê-las do veículo, a não ser em casos extremos de maior perigo como risco de incêndio, explosão ou nova colisão”, recomenda Sueli. A partir daí, a calma será fundamental para quem entrar em contato com o serviço de emergência. “Alguns itens precisam ser observados e repassados aos profissionais como número de vítimas e se há alguém desacordado, por exemplo”, conclui.
BOX
Recomendações em caso de acidente:
· Manter a calma
· Desligar o veículo mantendo o alerta ligado
· Se possível, manter-se em local seguro (com menos risco de nova colisão, desabamento etc.)
· Ligar para o socorro descrevendo o evento
· Se possível, sinalizar a via em um ponto em que os motoristas ainda não possam ver o acidente
· Não andar pela pista de rolamento
Os telefones de emergência são:
Em rodovias federais (191 – Polícia Rodoviária Federal)
Em rodovias estaduais (198 – Polícia Rodoviária Estadual)
Em vias concessionadas, anote o telefone do serviço de atendimento no seu celular ao iniciar a viagem
Fonte:
Da Assessoria
URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/noticia/11332/visualizar/
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