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Polícia
Sábado - 28 de Dezembro de 2013 às 19:05

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 A família de Enéas Cardoso filho está revoltada com a soltura do adolescente M.H.P., 14 anos, que atropelou e matou o ex-servidor da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), em um acidente na Avenida Miguel Sutil, no fim de novembro deste ano. 

Na quinta-feira (26), completou um mês da morte de Enéas, que era presidente da Associação dos Funcionários da Fazenda de Mato Grosso (Affemat). Sua morte causou comoção entre familiares e amigos. 

A informação da soltura do adolescente foi confirmada pela sobrinha de Enéas, a advogada Fabiane Cardoso. 

"A gente esperava que o adolescente cumprisse um bom tempo de internação. Talvez assim, ele entendesse o estrago que fez em nossa família"


De acordo com ela, M.H.P. foi solto no último dia 18 dezembro, por meio de um recurso de habeas corpus. 

Significa que o adolescente cumpriu apenas 20 dias de internação no Complexo do Pomeri. 

A decisão que o internou recomendava que ele cumprisse a medida socioeducativa por, pelo menos, 45 dias. 

A notícia chocou a família Cardoso. 

“Quando a mulher do meu irmão recebeu a informação da soltura, entrou em desespero e começou a chorar. Foi um choque para toda família”, comento o irmão de Enéas, Gerson Cardoso. 

Para ele, uma media alternativa é pouca para o adolescente. 

Enéas e a família, em álbum de família publicado no Facebook

“Acredito que ele ainda vá sofrer uma punição, pois a sentença não é definitiva. Mas, acredito também que será uma sentença leve, como uma prestação de serviços à comunidade. Eu acho isso muito pouco, pois ninguém me tira da cabeça que ele cometeu um crime”, desabafou Gerson. 

Para a sobrinha de Enéas, filha de Gerson, a sensação é de impunidade, pois o adolescente foi solto depois de 20 dias, antes de cumprir os 45 dias de internação.

“A gente esperava que ele cumprisse um bom tempo de internação. Talvez, assim ele entendesse o estrago que fez em nossa família”, disse a advogada. 

Saudades 


Ao lembrar-se da figura de Enéas, o irmão, Gerson, afirmou que a sua alegria faz muita falta, durante as festas de fim de ano. 

“A dor é imensa. Sua esposa, a filha, toda família está sofrendo muito. O Enéas era um cara divertido e só queria o bem das pessoas. Se ele não pudesse ajudar, ele também não atrapalhava”, recordou o irmão. 

Facebook

Bicicleta foi colocada no local onde aconteceu o acidente, como forma de homenagear Enéas e não esquecer a tragédia na Miguel Sutil

Ele não se conforma com a morte do irmão. 

“Todo mundo vai morrer um dia. O problema foi a forma, que eu não aceito. Ele sempre pedalava por ali e foi morto de forma brusca, por uma imprudência”, disse Gerson. 

Ele também aproveitou para cobrar das autoridades a criação de uma ciclovia, o quanto antes, na Avenida Miguel Sutil. 

“As autoridades precisam tomar uma providência logo, porque, senão, casos como o do meu irmão voltarão acontecer em Cuiabá. É um absurdo. Quantas pessoas ainda precisam morrer?”, completou. 

Rede sociais 

Nesta sexta-feira (27), amigos e familiares lembraram, pelas redes sociais, que completou um mês da morte de Enéas. 

Na página pessoal do servidor, no Facebook, eles publicaram fotos de Enéas com a família e escreveram mensagens de apoio aos familiares. Confira AQUI

O acidente 


Enéas Cardoso foi atropelado e morto por M.H.P. numa noite de terça-feira (26 de novembro), enquanto fazia um passeio de bicicleta na Avenida Miguel Sutil. 

O acidente foi com uma caminhonete Hyundai i35, que o adolescente pegou escondido do avô. 

O servidor público seguia de bicicleta pela avenida, quando foi atingido por trás pelo veículo, nas proximidades do Hotel São Francisco. 

Ele ficou um tempo preso no capô, sendo arrastado e, depois, foi arremessado, quebrando o pescoço. Ele morreu na hora.

Os outros dois envolvidos no acidente foram o publicitário Anderson Rafael Ferreira, de 23 anos, e o marceneiro Wanderlei Gomes da Silva, de 39. 





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