Suspeitos atearam fogo nele porque rapaz só tinha R$ 30, diz delegada. Vítima de 22 anos teve 60% do corpo queimado e corre risco de morrer.
Dupla queima carteiro por ter apenas R$ 30
A vítima, que mora há três meses em Barretos para trabalhar na agência dos Correios, chegava em casa quando foi abordada por dois assaltantes de capacete em sua garagem. Irritados quando o carteiro disse que tinha apenas R$ 30, os ladrões derramaram um galão de combustível sobre o corpo dele e atearam fogo, segundo a delegada Silvana Ferreira da Silva.
Alysson tinha acabado de deixar sua mulher na rodoviária e estava sozinho em casa, informou a família da vítima. "Mesmo de cabeça baixa e não olhando para eles, respeitando as ordens dos bandidos, ele sentiu logo em seguida o líquido derramando e as chamas em seu corpo", afirmou a delegada.
Diante dos assaltantes, de acordo com Silvana, o carteiro chegou a pedir em vão para que não fosse morto, afirmando aos assaltantes que era pai de família. “Ele mesmo nos relatou que pediu ‘por favor, eu tenho uma filha pequena para criar, não façam isso’”, disse Silvana.
Vítima sofreu ferimentos em 60% do corpo
(Foto: Ronaldo Oliveira/EPTV)
Enquanto pegava fogo, Alysson ainda conseguiu correr e pedir ajuda. Ele foi socorrido e encaminhado com 60% do corpo queimado para a Santa Casa do município. ”Foi uma crueldade”, afirmou a delegada.
Segundo ela, o caso está sendo investigado como roubo qualificado. O próximo passo é refazer todo o percurso da vítima na noite do crime, bem como apurar a rotina do carteiro para tentar identificar os suspeitos. "Vamos fazer uma retrospectiva dos lugares por onde a vítima passou na noite de ontem [quarta-feira], os contatos que ele teve nos últimos três meses desde que está aqui. Já conversamos com a mulher e com a mãe dele que passaram informações a respeito de seus hábitos. Tudo nos leva a crer que houve realmente um roubo agravado por uma situação cruel."
A pena para os responsáveis pelo ato, segundo ela, pode variar de quatro a dez anos de prisão, caso a vítima sobreviva às queimaduras, ou de 20 a 30 anos de detenção, em caso de morte. "Esperamos nas próximas horas obter alguma coisa que possa nos levar à autoria", afirmou a delegada.
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