Acordo com Monsanto gera ataques em MT
A assembleia extraordinária convocada pela Famato para tratar do acordo com a Monsanto, que cobrou indevidamente royalties dos produtores rurais de Mato Grosso e de todo o Brasil, descambou para ataques de baixíssimo nível contra a Assembleia Legislativa e contra o governador Silval Barbosa (PMDB). Ladrão e corrupto foram os adjetivos mais usados nos inflamados discursos feitos pelas lideranças dos produtores rurais.
As entidades (Famato, Aprosoja e sindicatos rurais) deliberaram por um grande protesto a ser realizado entre a última semana de agosto e a primeira de setembro. Entre as ações previstas está o fechamento da Secretaria de Fazenda (Sefaz) e órgãos da administração pública em todo o Estado. As manifestações deverão cercar o Palácio Paiaguás.
O acordo (ainda extrajudicial) feito pela Famato com a Monsanto, sob a liderança de Rui Prado, é no mínimo questionável. Dos mais de R$ 500 milhões estimados em cobranças indevidas de royalties em Mato Grosso, a Monsanto vai devolver apenas R$ 20 milhões, segundo se informou na assembleia da Famato. Além do valor irrisório, os produtores rurais, aqueles que efetivamente tiveram prejuízo, não vão ver um tostão furado.
Segundo informações de participantes da assembleia a distribuição dos R$ 20 milhões se dará da seguinte forma: R$ 7 milhões para os advogados da causa; R$ 2 milhões para a Famato; R$ 2 milhões para a Aprosoja; R$ 2 milhões a serem repartidos entre 47 sindicatos rurais; R$ 2 milhões para outros destinatários e, pasmem, R$ 5 milhões em despesas de mídia da Famato a serem pagos diretamente pela Monsanto para a afiliada da Rede Globo em Cuiabá.
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