Estudos: planta usada para emagrecimento é altamente carcinogênica
Uma planta utilizada na medicina tradicional chinesa e que ganhou adeptos no Ocidente por supostamente promover a perda de peso foi considerada altamente carcinogênica em dois estudos publicados na revista Science Translational Medicine, na última quarta-feira. Segundo os pesquisadores, as espécies do gênero Aristolochia causam mais mutações - que podem levar ao desenvolvimento de tumores - que dois conhecidos agentes cancerígenos: o cigarro e os raios UV. As informações são da The Scientist.
"Várias pessoas no público leigo assumem que se algo é natural, então é necessariamente saudável", diz Marc Ladanyi, do Centro de Câncer Sloan-Kettering, em Nova York, que não estava envolvido nos estudos. "Mas este trabalho mostra que o produto desta planta natural é extremamente genotóxico e carcinogênico."
O problema dessas plantas é uma substância chamada de ácido aristolóquico, que causa as mutações no DNA. Esse gênero de vegetais já foi associado a outros problemas de saúde. No início dos anos 90, mulheres que procuraram clínicas de perda de peso na Bélgica desenvolveram problemas nos rins, chegando a ter falha renal e, anos depois, crescimentos anormais nos tratos urinários superiores. Mais recentemente, estudos apontaram ligação entre a planta e câncer no trato urinário superior.
Em Taiwan, onde a Aristolochia é muito utilizada, a taxa desse tipo de câncer é a mais alta no mundo. A planta é proibida em diversos países desde 2003. Contudo, mesmo banido em locais como a própria China, o vegetal ainda é facilmente encontrado, afirmam os cientistas
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